"Pela memória", Bolsonaro recebe viúva de Ustra no Planalto
Ustra em depoimento à Comissão Nacional da Verdade, 10/V/2013 (Créditos: Wilson Dias/Agência Brasil)
Do portal da Presidência da República:
Reprodução
A sra. Maria Joselita Silva Brilhante Ustra é a viúva do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, torturador e comandante do DOI-CODI entre 1970 e 1974.
O DOI-CODI era o órgão do Exército responsável pelo combate aos grupos de oposição à Ditadura Militar - através de táticas como repressão, prisão e tortura de ativistas. Em 2008, Ustra tornou-se o primeiro militar brasileiro condenado pela prática de tortura durante o Regime Militar.
Bolsonaro nunca escondeu sua admiração pelo coronel.
Em abril de 2016, ele dedicou seu voto pelo Golpe dos canalhas e canalhas à "memória de Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff".
Reprodução: TV Câmara
Hoje (8/VIII), na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro teceu elogios ao torturador e à viúva:
"Ela conta uma história bem diferente daquela que a esquerda contou pra vocês. Tem um coração enorme. Eu sou apaixonado por ela. Foi... Não tive muito contato, mas tive alguns contatos com o marido dela, enquanto estava vivo. Um herói nacional que evitou que o Brasil caísse naquilo que a esquerda, hoje em dia, quer."
Reprodução: G1
Ustra comandou as sessões de tortura contra Dilma, presa pela Ditadura em 1970.
A reunião com a viúva do coronel acontece nove dias após Bolsonaro pisar na memória de outra vítima da Ditadura, Fernando Santa Cruz, morto pelo DOI-CODI em 1974, e interferir na Comissão de Mortos e Desaparecidos do Regime Militar.
O coronel Ustra morreu em 2015, em razão de pneumonia e falência múltipla de órgãos.
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