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"Pela memória", Bolsonaro recebe viúva de Ustra no Planalto

Jair Messias não esconde a admiração pelo torturador...
publicado 08/08/2019
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Ustra em depoimento à Comissão Nacional da Verdade, 10/V/2013 (Créditos: Wilson Dias/Agência Brasil)

Do portal da Presidência da República:


Reprodução

A sra. Maria Joselita Silva Brilhante Ustra é a viúva do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, torturador e comandante do DOI-CODI entre 1970 e 1974.

O DOI-CODI era o órgão do Exército responsável pelo combate aos grupos de oposição à Ditadura Militar - através de táticas como repressão, prisão e tortura de ativistas. Em 2008, Ustra tornou-se o primeiro militar brasileiro condenado pela prática de tortura durante o Regime Militar.

Bolsonaro nunca escondeu sua admiração pelo coronel.

Em abril de 2016, ele dedicou seu voto pelo Golpe dos canalhas e canalhas à "memória de Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff".

Reprodução: TV Câmara

Hoje (8/VIII), na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro teceu elogios ao torturador e à viúva:

"Ela conta uma história bem diferente daquela que a esquerda contou pra vocês. Tem um coração enorme. Eu sou apaixonado por ela. Foi... Não tive muito contato, mas tive alguns contatos com o marido dela, enquanto estava vivo. Um herói nacional que evitou que o Brasil caísse naquilo que a esquerda, hoje em dia, quer."

Reprodução: G1

Ustra comandou as sessões de tortura contra Dilma, presa pela Ditadura em 1970.

A reunião com a viúva do coronel acontece nove dias após Bolsonaro pisar na memória de outra vítima da Ditadura, Fernando Santa Cruz, morto pelo DOI-CODI em 1974, e interferir na Comissão de Mortos e Desaparecidos do Regime Militar.

O coronel Ustra morreu em 2015, em razão de pneumonia e falência múltipla de órgãos.

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