PiG cheiroso descobre os "fura-tetos"
Em uma curta nota, o jornal Valor - aqui no Conversa Afiada também conhecido por PiG cheiroso - informa:
Desembargadores do TJ-SP podem ganhar até R$ 100 mil
Verbas conhecidas como "vantagens pessoais", "eventuais", "indenizações" e "gratificações" garantem a desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) ganhos que ultrapassam R$ 100 mil mensais, muito acima do teto constitucional, de R$ 33,7 mil. Aos desembargadores também é facultada a conversão de quase todo tipo de benefício em dinheiro: férias, que podem ser ilimitadamente acumuladas, licenças-prêmio e folgas decorrentes dos plantões realizados aos fins de semana.
Em tempo: como o amigo navegante deve se lembrar, o Conversa Afiada trata desse assunto, os "fura-tetos", há meses.
O C Af já mostrou como o labirinto do Portal da Transparência do Tribunal de Justiça de São Paulo dificulta a pesquisa por dados públicos - dados como o salário dos desembargadores, procuradores e juízes.
Com a ajuda de dois insistentes leitores, o C Af descobriu que 99,88% dos magistrados do TJ-SP ganham acima do teto.
A maior remuneração, se considerarmos os dados de julho de 2017, foi de uma juíza que recebeu um salário bruto de R$ 162.546,75!
(Naquele mês, apenas três dos 2.546 magistrados receberam abaixo do limite constitucional. Um colosso!)
O problema não é exclusivo a São Paulo. Na Bahia, 98% dos juízes ganham acima do estipulado.
Uma outra pesquisa, de agosto, revelou que 73% dos juízes em todo o Brasil têm salários superiores ao teto constitucional!
Até o imparcial Moro e o procurador Deltan Dallagnol receberam acima do teto, revelou o Conversa Afiada em novembro de 2016.
Ou seja: isso não é uma magistratura. É uma casta da Índia!