Que bom! Nosso presidente tem amor às armas!
Saturnino: é testosterona em excesso?
publicado
13/05/2019
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Créditos: Aroeira
O Conversa Afiada reproduz a nova edição do Correio Saturnino, do senador Roberto Saturnino Braga:
Infortúnio – Longe
A vivência, a roda da vida, o destino, Deus, a História, seja lá o que for sujeita pessoas e nações à ventura e ao infortúnio, sem aviso e sem muita lógica neste desenrolar do tempo.
Por quê, por exemplo, o brasileiro, o povo deste país feliz e abençoado, deste Brasil da Paz, escolheu há pouco um presidente tão afeiçoado às armas, às armas letais, que nada têm a ver com o sol e a luz, com o verde, o ouro e o céu estrelado do estandarte brasileiro? Nada com o Amor do Rio de Janeiro e a graça da mulher morena desta Nação?
Dosagem coletiva e excessiva de testosterona?
Excesso de exercícios militares?
Ocupação demasiada, pressa do povo, chamamento do dinheiro em detrimento do exercício espiritual?
Sei lá!
O fato é que falta, neste nosso Presidente eleito pelo povo, algo na milimetragem da inteligência prospectiva: ele pensa bem, inteligentemente, as coisas do passado porém manqueja levemente no prospectar o futuro, o futuro do País, o futuro do continente e do mundo. Malevolamente, seus inimigos se aproveitam para alcunha-lo de atrasado -- coisas da implacável guerra política
Coisa da natureza, também: ele não tem culpa nenhuma deste manquejamento, eu o conheço, é um homem sério e belo, de fisionomia e de porte, foi casado com uma linda e honesta mulher com quem convivi na Câmara de Vereadores; e tive oportunidade de vê-lo outras vezes, sempre com mulheres formosas.
Foi um eficiente e honesto deputado, por várias legislaturas, defensor honrado dos interesses da classe que representa.
E fala, também. Pronuncia-se com frequência. Falta-lhe talvez um bocadinho de destreza expositiva mas ele conversa e fala concatenadamente, diz coisas sobre armas, sobre guerras, sobre acabar com os comunistas, sobre invadir a Venezuela, sobre o fim do socialismo, sobre deformações sexuais, sobre a cura dessas deformações, coisas inteligentes que diz com muita clareza, tem efetivamente esta capacidade.
Sobre os problemas do País, fala também, tem conhecimento e algum discernimento, tem uma assessoria competente. O Executivo não precisa saber de tudo do objeto da sua responsabilidade; ele tem, para isto, uma assessoria adequada, especializada, que o informa e aconselha permanentemente.
Nosso Presidente, por exemplo, ademais de ter três filhos da mais alta competência, que lhe iluminam as decisões no dia-a-dia, possui um amigo, um pensador, que mora nos Estados Unidos, no Centro do Mundo, onde é reverenciado, é professor de filosofia e de política em várias universidades, com livros publicados, e que ama verdadeiramente o seu País, não deixa de acompanhar cotidianamente, com minúcia, as coisas do Brasil, e diariamente fala por telefone com o Presidente e discute com ele as questões do governo de nosso País, ajudando-o no conhecimento e na racionalidade.
Sua fala de assessor tem realmente grande densidade; como se falasse não palavras mas paralelepípedos.
Por tudo isto, nós, brasileiros estamos livres do infortúnio que, por exemplo, atinge neste momento nosso grande irmão do norte, apesar de ele, o Chefe Norteamericano, vir com frequência a Brasília aconselhar-se com o nosso.
Sim, que felicidade, estamos livres do despautério.
Brasileiros mais velhos recordam-se de tempos infelizes, de outrora, de um presidente, por exemplo, chamado Feliciano Jotaká, que era um ilusionista de vocação, e comprazia-se em enganar o povo dia após dia, por mero exercício de habilitação.
Sim, valeu-nos Deus desta feita, estamos longe do Infortúnio, pois temos um presidente honesto que tem tirocínio, tem cultura e tem amor aos tiros, tem amor às armas, tem amor à guerra, tem até amor às mulheres bonitas.
Oh, que raridade!
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