Receita vai investigar o patrimônio do Zero 2?
Reprodução/Época
Informa a Época, revista da Editora Globo que virou encarte do Globo Overseas, que dois dos filhos do presidente J B - Carlos e Flávio Bolsonaro - tentaram processar uma corretora de valores de São Paulo por conta dos prejuízos contraídos do mercado de ações.
Entre 28 de maio de 2007 e 18 de setembro de 2008, Carlos Bolsonaro aplicou R$ 130.800 em ações na Bolsa de São Paulo, através da corretora Intra.
Flávio Bolsonaro também investiu na Intra - R$ 90 mil entre agosto de 2007 e setembro de 2008.
Em maio de 2009, com a crise econômica causada pela quebra do Lehman Brothers a todo vapor, a Intra informou os irmãos de que os dois haviam perdido todo o valor investido na corretora.
Não só isso: além do prejuízo, os irmãos ainda deviam R$ 15.500 cada à corretora.
Nada fora do normal, se os dois tivessem alguma noção de como funciona o mercado de ações. Tratou-se, como diz a Época, de uma aposta furada.
Entretanto, os irmãos bolsonários ficaram uma fera!
(Eles são assim... não aceitam perder!)
Em julho de 2010, Carlos Bolsonaro entrou na justiça contra a Intra, solicitando ressarcimento do valor perdido, além de indenização por danos morais.
Flávio também entrou com um processo semelhante.
Carlos, o "02", argumentou que a corretora realizou inúmeras operações sem sua autorização. Assustado com a notícia do prejuízo, pediu que um gerente da Intra fosse correndo à sua casa buscar os R$ 15.500 para saldar a dívida.
R$ 15.500 em espécie!
O "01" Flávio também fez um depósito em dinheiro de R$ 15.500 para a corretora.
Em agosto de 2018, Carlos Bolsonaro perdeu a ação em primeira instância. Segundo a juíza Gisele Rocha, da 35a. Vara Civil de São Paulo, "o mercado de ações espera conhecimento mínimo sobre as operações que realiza".
Já Flávio disse à Justiça que jamais teve o controle sobre os valores aplicados. Entretanto, um laudo de perícia comprovou que ele acessou ao menos 66 vezes um sistema online para acompanhar as operações na Bolsa.
Segundo os advogados da corretora Intra, "nem a mais pueril das criaturas poderia tomar a história como crível"!
A ação de Flávio ainda não teve um veredito.
Na declaração de bens apresentada à Justiça Eleitoral às vésperas das eleições de 2008, Carlos Bolsonaro afirmou possuir apenas um apartamento na Tijuca e um automóvel - que, somados, valiam R$ 260 mil.
O "02" omitiu os R$ 130.800 investidos em ações.
Especialistas em Direito Eleitoral afirmam que a omissão de bens na declaração apresentada à Justiça Eleitoral pode ser incluída no artigo 350 do Código Eleitoral: falsidade ideológica eleitoral.
A Justiça Eleitoral, entretanto, não trata a omissão de bens como um crime.
Como não foi candidato nas eleições de 2008, Flávio não declarou o investimento em ações à Justiça Eleitoral - ele foi candidato em 2006, antes do investimento na Intra, e em 2010, após perder o dinheiro.
O prejuízo no mercado de ações não parece ter feito grande diferença para Carlos Bolsonaro. Às vésperas das eleições de 2012, ele declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio 73,8% superior ao de 2008. Para o pleito de 2016, outro salto - desta vez, superior a 70%.
O Conversa Afiada recomenda à Receita Federal, portanto, investigar a evolução do patrimônio do "02".
Antes que o papai pegue o telefone!
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