Torturadores chilenos querem visita de Bolsonaro

Militares detidos em Punta Peuco querem convidar Bolsonaro a visitá-los na prisão

Nesta sexta-feira, 22 de março, o presidente da Força Nacional (partido político chileno em processo de formação) e advogado dos presos da cadeia de Punta Peuco, Raúl Meza Rodríguez, o coronel reformado Jaime Ojeda Torrent e familiares de militares condenados por violações aos direitos humanos entregaram uma carta redigida pelos detentos com um convite para que Jair Bolsonaro os visite.

No documento, os presos pedem que Bolsonaro, em sua condição de capitão reformado do Exército, testemunhe a situação em que eles se encontram.

Também será entregue a Bolsonaro uma relação dos presos que faceleram ao longo do último ano por doenças crônicas e terminais durante o governo do presidente Sebastián Piñera, que lhes negou o indulto presidencial.

"Presidente Bolsonaro, gostaríamos de dizer-lhe que nós, os soldados liderados pelo General Pinochet, que impediram que o Chile se transformasse numa nova Cuba e que enfrentaram o terrorismo, hoje estão sendo perseguidos política e judicialmente, para que sofram a prisão perpétua e não possam morrer de forma digna junto a seus entes queridos", diz a carta.

No mesmo documento, os presos citam uma declaração do presidente do Brasil sobre a ditadura de Pinochet: "O mundo sabe que o elevado nível de desenvolvimento humano do qual disfrutam os cidadãos chilenos deve-se, em muito, às ações do governo Pinochet".

O presidente do Brasil chegou ao Chile nesta sexta-feira para participar da primeira cúpula do Prosur, entidade promovida por Piñera e pelo presidente colombiano Iván Duque para substituir a Unasul.