Yunes é mais que amigo. É sócio
Yunes é a mula, Funaro, o portador da grana enviada pelo Padilha, o Primo (Reprodução: Carta Capital)
O excelente repórter André Barrocal na Carta Capital dessa semana publica reveladora reportagem: "o amigo do Presidente", aqui chamado de Michel Treme, ou MT, como consta da lista de alcunhas da Odebrecht.
Segue o Barrocal:
- A intimidade política e comercial de Temer e José Yunes, o empresário que surgiu com uma história na medida para socorrer o peemedebista (Treme)
A "história na medida" foi a decisao de Yunes de, por conta própria, procurar a Procuradoria (sic) Geral da Republica (sic) para confessar que foi a mula que recebeu de um doleiro grana, em dinheiro vivo, num pacote, que o Primo, o Padilha (que o ACM chamava de "Eliseu Quadrilha") enviou.
Tratava-se de parte da grana que Treme e Marcelo Odebrecht acertaram na varanda do Palácio Jaburu, como descrevem também, delatores da Odebrecht.
Barrocal sustenta que Yunes se tornou "mula" para livrar a cara do Treme e jogar o Padilha às feras.
(Depois do episódio da mula, o Primo foi acometido de um problema na próstata - que, segundo se sabe, não surge de uma hora para outra... - e recolheu-se a um hospital em Porto Alegre, de onde não deve sair tão cedo.)
Barrocal lembra que um dia após o "espontâneo" depoimento do Yunes na PGR, o Procurador da chamada República, o Dr. Janot esteve com o Treme, no Palácio do Planalto: "para quê, não se sabe", diz o Barrocal.
A reportagem se centra na divulgação de preciosos documentos.
- Treme possui quatro salas comerciais em area nobre de São Paulo, adquiridas de uma imobiliária que pertence a Yunes;
- duas dessas preciosas salas foram alugadas ao banco BR Partners;
- o BR Partners tem uma dirigente e sócia cujo tio seria dono ou sócio do banco FBP no Panamá (viiiixe! no Panamá!), alvo de uma investigação da Lava Jato sobre a possibilidade de ser um propinoduto por onde passam recursos oriundos da corrupção na Petrobras (que começou no imaculado governo FHC Brasif, como se sabe);
- o BR Partners nasceu em 2009 com investimentos de 20 sócios e 11 famílias, entre elas a de João Alves Queiroz Filho, dono da Hypermarcas;
- um ex-diretor da Hypermarcas disse em delação na Lava Jato que o Eunício Oliveira, presidente do Senado, conhecido como o Índio, na lista de alcunhas da Odebrecht, recebeu R$ 5 milhões em propina disfarçada de doação eleitoral para a campanha a governador do Ceará, em 2014;
- Eunício, o Índio, foi Tesoureiro (êpa!) do PMDB enquanto Treme era presidente do partido;
- por amizade com Eunício (êpa!), Rodrigo Janot declarou-se impedido de investigar Eunício, quando a batata quente da Hypermarcas passou por ele.
Tudo a mesma sopa!
Barrocal é mestre em meter a mão na mesma sopa: aqui, aqui e aqui, o Conversa Afiada teve o prazer de apresentar ao amigo navegante suas imperdíveis reportagens na Carta.
PHA