Jack Vasconcelos derrubou o Golpe. Viva o PT
Os manifestoches entubaram a Globo! (Reprodução/TV Globo)
Jack Vasconcelos: este é o nome do carnavalesco da Paraíso do Tuiuti, que dominou a primeira noite de desfiles do Carnaval do Rio de Janeiro com o samba-enredo "Meu Deus, Meu Deus! Está extinta a escravidão?".
O amigo navegante certamente já viu as imagens dos patos amarelos da FIE P e do vampiro que representa o presidente ladrão.
(Mas, pode rever a íntegra do desfile no final deste post).
E o Conversa Afiada não poderia deixar de valorizar o trabalho daqueles que fizeram na Avenida o que a Presidenta Dilma não fez na ONU: denunciar o Golpe!
Jack Vasconcelos é carnavalesco de longa data. O Carnaval de 2004 foi o seu primeiro (como carnavalesco principal), pela Império da Tijuca. Depois, passou por União da Ilha, Império Serrano, novamente Império da Tijuca, Viradouro e, por fim, a Paraíso do Tuiuti.
(Em 2013 e 2014, foi o carnavalesco da Estácio. E retornou à Tuiuti e 2015).
Jack fez mais pela resistência ao Golpe numa noite do que todos os blogueiros sujos todas as noites e dias! Quá, quá, quá! (Crédito: Carnaval Carioca)
O samba-enredo - cuja letra também estará à sua disposição no fim deste post - foi composto por Cláudio Russo, Moacyr Luz, Dona Zezé, Aníbal e Jurandir.
Este é o terceiro samba-enredo com participação de Russo.
Aníbal participou, em 2018, de seu décimo carnaval.
Jurandir é novato na Tuiuti, mas fazia parte do grupo de compositores da Imperatriz Leopoldinense.
Zezé também é amplamente conhecida pela comunidade e já teve sambas cantados nos últimos anos.
O único convidado foi Moacyr Luz. "Um gênio que veio auxiliar a gente", como diz Zezé.
Renato Thor, presidente da escola, não hesita em afirmar que "foi o melhor carnaval da História da Tuiuti".
Vasconcelos finaliza: "Esse desfile fez com que a Tuiuti entrasse para a História desse país: a História contra o Golpe!"
Assista à íntegra do desfile:
Meu Deus, Meu Deus! Está extinta a escravidão?
Irmão de olho claro ou da Guiné
Qual será o seu valor? Pobre artigo de mercado
Senhor, eu não tenho a sua fé e nem tenho a sua cor
Tenho sangue avermelhado
O mesmo que escorre da ferida
Mostra que a vida se lamenta por nós dois
Mas falta em seu peito um coração
Ao me dar a escravidão e um prato de feijão com arroz
Eu fui mandiga, cambinda, haussá
Fui um Rei Egbá preso na corrente
Sofri nos braços de um capataz
Morri nos canaviais onde se plantava gente
Ê Calunga, ê! Ê Calunga!
Preto velho me contou, preto velho me contou
Onde mora a senhora liberdade
Não tem ferro nem feitor
Amparo do Rosário ao negro benedito
Um grito feito pele do tambor
Deu no noticiário, com lágrimas escrito
Um rito, uma luta, um homem de cor...
E assim quando a lei foi assinada
Uma lua atordoada assistiu fogos no céu
Áurea feito o ouro da bandeira
Fui rezar na cachoeira contra bondade cruel
Meu Deus! Meu Deus!
Seu eu chorar não leve a mal
Pela luz do candeeiro
Liberte o cativeiro social
Não sou escravo de nenhum senhor
Meu Paraíso é meu bastião
Meu Tuiuti o quilombo da favela
É sentinela da libertação