Como FHC vendeu a Segurança Nacional
Amigo navegante carnavalesco enviou o seguinte e-mail:
PH,
Muito, mas muito boa mesmo a matéria sobre o livro branco da defesa.
Cedo ou tarde a questão do poder militar brasileiro como política econômica e garantia defensiva das próprias políticas sociais (que vão depender muito do pré-sal, do xisto do Amapá e por aí vai) tem que ser recuperada pelos progressistas.
A matéria foi estigmatizada pela associação de capacidade atômica e nuclear ao imperialismo americano (década de 50, campanha pelo desarmamento mundial etc).
O FHC assinou o Tratado de Não—Proliferação Atômica.
Para mim, traição nacional, traição mesmo, convicta, essa foi, seguramente.
O resto foi entreguismo barato.
Quero ver como os socialistas históricos do PSB vão se ver com o Atlântico às escuras da Marina que o Miguel do Rosário sublinhou.
A leitura do CAf pela manhã foi um banho de leite de cabra enquanto aguardo realizar uns exames médicos. Sem preocupação, sairei no carnaval fantasiado de Pré-Sal.
Grande abraço
O Príncipe da Privataria cometeu alguns atos de traição.
Pode-se dizer que ele vendeu, deliberadamente, a Segurança Nacional.
Em junho de 1993, ele vendeu à estrangeira Bunge a Ultrafértil, que produzia 42% dos fertilizantes do país.
Junto foi a Petrofértil, que produzia – e só ela – o combustível pesado para acionar os foguetes que saem de Alcântara.
Foguetes demandam combustíveis líquidos e sólidos.
Os sólidos são os mais complicados, porque, altamente poluentes, exigem um transporte complexo.
A Petrofértil foi fechada e o Brasil perdeu o fornecedor doméstico – e estatal - de combustível para foguetes.
(Depois a Petrobras recomprou a Ultrafértil.)
Outra traição à Segurança Nacional se deu em 1º de julho de 1998, no fim do primeiro mandato – para que não houvesse o risco de não conseguir fazê-lo mais tarde.
Foi quando ele assinou o Tratado de Não-Proliferação das Armas Nucleares.
E jogou no lixo décadas de luta da diplomacia brasileira, de JK aos militares, que resistiu à furiosa pressão dos americanos, que, claro, querem o monopólio da energia nuclear.
Assinar o TNP foi a traição MAIOR, na opinião do amigo navegante.
Tem mais traição.
No dia 29 de julho, ele vendeu a Embratel à americana MCI.
Depois comprada pelo mexicano Slim.
Com a Embratel ele vendeu um satélite de comunicações com banda militar e a base terrestre para operá-la.
O Brasil tem que alugá-los ao Slim.
Enquanto não chega, ano que vem, o mega-satélite geoestacionário que a Dilma mandou comprar.
Como diria o então tucano Bresser Pereira, “só um bobo dá a telefonia para estrangeiros”.
O FHC deu.
Mas, de bobo não tem nada.
A outra traição à Segurança Nacional foi deixar de herança ao Lula uma licitação quase pronta de compra de caças.
A pedido dos americanos, ele tirou da licitação os Sukhoi-35 russos.
E deixou os americanos, os suecos – um clone dos americanos e da preferência da Tacanhêde -, e os franceses.
Agora, provavelmente, a Dilma vai ter que incluir os Sukhoi-35 de volta à competição.
O Príncipe da Privataria entregou a mercadoria.
Como lhe encomendaram.
Ele se elegeu para vender e entregar o Brasil aos americanos.
E foi o que ele fez.
Tirou o sapato !
Porque sempre acreditou em tirar o sapato.
Sua famosa “teoria da dependência” não passa disso: o Brasil não tem futuro, mesmo, então, é melhor ser dependente dos americanos.
Qual a surpresa, amigo navegante ?
Quem disse que “o 7 de setembro é uma palhaçada”?
Em tempo do amigo navegante missivista: lembrei: o primeiro ato do Nunca Dantes foi criar o Fome Zero... Essa é a diferença entre um governo que tem a preocupação com a população como inabalável prioridade máxima e seus opositores, qualquer um deles.
Paulo Henrique Amorim