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Bolsonaro joga culpa do desemprego nas costas do trabalhador

Presidente acha que trabalhador rural não merece banheiro químico...
publicado 10/01/2020
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Em mais uma live no Facebook na noite desta quinta-feira 9/I o presidente Jair Bolsonaro criticou normas que garantem saúde dos trabalhadores e segurança no local de trabalho. Segundo Bolsonaro, tais regras devem ser cortadas para "facilitar a vida dos patrões".

Não é a primeira vez que o Jair Messias afirma que é muito difícil ser chefe no Brasil. Para ele, o excesso de impostos e regulamentações trabalhistas acaba por coibir o surgimento de novos negócios.

O presidente deveria, entretanto, pesquisar alguns números: a reforma trabalhista do governo Temer, que cortou direitos e aumentou a precarização, não diminuiu o desemprego nem fez decolar a economia...

Durante a transmissão ao vivo, Bolsonaro citou multas que foram cobradas de empresas que atuam no corte de folhas de carnaúba para produção de cera nas regiões Norte e Nordeste. Uma das multas seria pela falta de banheiro químico para os trabalhadores.

Para Bolsonaro, o trabalhador rural, aparentemente, não merece nem ter acesso a um banheiro: basta fazer no pé da carnaubeira!

"O cara desce uma palmeira daquelas, de cem metros, pega um banheiro químico borbulhando de fezes, fecha a porta e tá oitenta graus. Vira um micro-ondas. E para fazer xixi... Tem cabimento isso? Tem cabimento multar por causa disso?", pergunta o presidente.

Ele criticou, também, multas cobradas pela ausência de registro dos horários de entrada e saída de cada trabalhador.

"Não tinha livro-ponto para quem estava cortando cana no meio do mato, lá no meio do interiorzão, quarenta e cinco graus. O cara de sunga fica até suando na sombra e é multa no cara", disse Bolsonaro. "Assim não dá para trabalhar no Brasil!".

Controle de ponto?

Pra quê?

Para o peão, depois, cobrar hora extra? Que absurdo...

Em seguida, Bolsonaro defendeu a redução da multa a ser paga por empresas que demitem trabalhadores sem justa causa - e, de quebra, jogou a culpa do desemprego em massa nas costas dos empregados:

"O patrão quando manda fora não é por maldade, é porque a pessoa não está trabalhando, está dando prejuízo, ou quer contratar alguém melhor. E tem gente reclamando. Quem está reclamando, vá ser patrão", disse Bolsonaro...

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