Bolsonaro mente mais uma vez sobre a Argentina. Até quando?
(Reprodução/Twitter)
Jair Bolsonaro publicou na madrugada desta quarta-feira 6/XI mais uma notícia falsa em suas redes sociais. Pelo Twitter, ele disse:
"MWM, fábrica de motores americanos; Honda, gigante dos automóveis; e L'Oréal anunciaram fechamento de suas fábricas na Argentina e sua instalação no Brasil", insinuando que a vitória dos peronistas Alberto Fernández e Cristina Kirchner nas eleições presidenciais seria a razão.
Em pouco mais de uma hora, porém, a postagem foi deletada dos perfis do presidente brasileiro.
As empresas prontamente rechaçaram as afirmações de Bolsonaro.
"A Honda não está fechando sua fábrica na Argentina, mas sim manterá suas operações no país como estava previsto. A partir de 2020, concentrará sua produção na linha de motocicletas. A divisão de automóveis também continuará no país com os modelos provenientes do exterior", comunicou a empresa, em nota.
A MWM Argentina, que fechou uma fábrica em Córdoba em setembro, afirmou que a decisão não tem qualquer relação com a vitória de Alberto e Cristina nas eleições. Disse, ainda, que manterá a assistência técnica e a distribuição de peças de reposição na Argentina.
Já a L'Oreál sustentou não ter previsto o fechamento de nenhuma fábrica na Argentina.
O jornal Pagina 12, diário progressista de Buenos Aires, repercutiu a mais nova fake news de Bolsonaro:
O jornal recorda o histórico de hostilidades de Bolsonaro contra o presidente eleito pelo povo argentino:
Na semana passada, Bolsonaro anunciou que não participaria da posse de Alberto Fernández; ele passa a ser o primeiro presidente brasileiro a não estar presente em uma transição presidencial na Argentina.
O presidente, que expressou seu apoio a Mauricio Macri, ficou ofuscado ao saber os resultados das eleições. "Lamento não ter uma bola de cristal, mas acho que a Argentina escolheu mal", disse Bolsonaro, dos Emirados Árabes Unidos, no dia seguinte às eleições.
Nesse mesmo dia, ele ameaçou pedir sanções no Mercosul contra a Argentina, caso o governo Fernández não continue com as políticas de abertura comercial negociadas por Macri.
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