Governo quer entregar FGTS aos bancos privados!
O governo Bolsonaro apresentou ao Congresso, em julho, a MP 889/2019 - uma medida provisória que muda as regras dos saques do FGTS.
Segundo a proposta, o trabalhador fica autorizado a sacar imediatamente até R$ 500 reais do fundo e, a partir de 2020, mais R$ 500 por ano - sempre no mês de aniversário do contribuinte.
Hoje 7/X o Globo informa que o Governo Federal quer aproveitar a medida provisória para promover uma reformulação completa do FGTS: o ponto central deverá ser o fim do monopólio da Caixa Econômica Federal como única operadora do Fundo.
Ou seja: entregar o acesso aos recursos do Fundo de Garantia para os bancos particulares!
O dinheiro do FGTS é utilizado em financiamento de grandes projetos de infraestrutura, saneamento e habitação, com taxas abaixo das cobradas pelo mercado.
Dessa forma, os bancos privados poderão oferecer grandes financiamentos com os mesmos juros cobrados pela Caixa - o que, na prática, irá diminuir as receitas do banco estatal: o ativo total do FGTS é de cerca de R$ 550 bilhões. A Caixa recebe uma taxa de 1% para administrar o Fundo - o que, em 2018, significou R$ 5,1 bilhões.
Tirar dinheiro de empresa pública é um procedimento padrão para privatizar...
Em março, a FENAE, a federação nacional das associações de empregados da Caixa, revelou que o Governo Federal expulsou a Caixa do conselho que decide o futuro do FGTS.
Em tempo: ainda segundo o Globo, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, falou com o ministro da Economia (sic) Paulo Guedes, que lhe jurou que a medida provisória foi feita apenas para tratar dos saques do FGTS.
De acordo com Guimarães, a quebra o monopólio da Caixa poderá ter um grave impacto especialmente sobre os projetos que beneficiam as populações mais pobres:
"Nos dez anos do Minha Casa Minha Vida, a participação dos bancos privados é quase inexistente. Essas instituições estão presentes preponderantemente no Sul e no Sudeste, enquanto a Caixa está em 97% dos municípios brasileiros. Em 711 cidades só existe a Caixa. Isso quer dizer que o financiamento nas proximidades dos grandes centros até pode ficar mais barato, mas a 300 quilômetros de Manaus, o crédito vai ficar mais caro", explicou.
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