Parente mexicano provoca quebra-quebra
Será o México o Brasil de amanhã, Malan? (Reprodução: SkyNews)
No dia 1o. de janeiro, o presidente mexicano Enrique Peña Nieto deu o primeiro passo de sua nova política de "liberalização de tarifas", prometida no fim do ano passado, e retirou os controles de preços sobre os combustíveis.
Ao longo dos últimos dias, a alta da gasolina para os consumidores chegou a 20,1%. O diesel subiu 16,5%. A reação da população foi instantânea.
No Estado do México, vizinho à capital, mais de 160 pessoas foram presas após bloqueios de rodovias, piquetes em frente aos terminais da PEMEX (a empresa estatal de petróleo do país) e saques a postos de gasolina.
Há relatos de que, apesar da presença de tropas de choque, a polícia não estaria intervindo contra a população nos saques aos postos.
Policiais formam perímetro em volta de posto de combustível, enquanto pessoas continuam o saque. (Créditos: Erick Herrera/AP)
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Saques e piquetes também ocorreram em outros Estados, como Hidalgo, Jalisco e Veracruz, e também na capital, Cidade do México. Em todo o país, cerca de 250 pessoas foram detidas.
Por décadas, o preço dos combustíveis no México era decidido pelo governo, como uma ferramenta para manter a inflação sob controle.
Os protestos acontecem em meio a insatisfação popular com o aumento do custo de vida, desvalorização do peso (a moeda mexicana perdeu mais de 40% do seu valor frente ao dólar nos últimos três anos) e ascensão da taxa de inflação.
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A PEMEX afirmou pela manhã que os bloqueios dos manifestantes já causam "situação crítica" de falta de combustíveis em três estados.
O presidente Peña Nieto afirmou compreender o "aborrecimento" dos mexicanos diante dos aumentos. Em nota à imprensa, o presidente fez um apelo "à compreensão de todos".
A partir do dia 18 de fevereiro, o preço dos combustíveis será atualizado diariamente pelo Governo Federal.
A retirada dos controles de preços é uma das etapas da reforma energética iniciada por Peña Nieto para revitalizar o setor petroleiro e atrair investimentos privados. Em agosto de 2014, o presidente assinou um pacote de reformas que destruiu o monopólio que a PEMEX tinha há mais de 80 anos sob o petróleo no México, abrindo a produção e exploração a empresas privadas estrangeiras.
Das agências internacionais.