Proposta de Guedes atrapalha relação entre Bolsonaro e o Congresso
Guedes e Bolsonaro durante café da manhã com deputados do Mato Grosso, em 20/VIII/2019 (Créditos: Marcos Corrêa/PR)
Na última segunda-feira 30/IX o Conversa Afiada mostrou que a relação entre Paulo Guedes, ministro da Economia (sic) e o presidente Jair Bolsonaro não passa por seus melhores momentos.
Ele não é mais o "posto Ipirangа" do Jair Messias: agora, quando Bolsonaro precisa de conselhos sobre política econômica, recorre a uma "tróika" formada pelos ministros Onyx Lorenzoni (Chuveiro) da Casa Civil, Tarcísio Freitas da Infraestrutura e Augusto Heleno do Gabinete de Segurança Institucional.
Reportagem de Talita Fernandes e Bernardo Caram, na Fel-lha, mostra que o elo de Bolsonaro com Guedes, esse adepto do neolibelismo, esse Xi! Cago Boy, sofreu um novo desgaste nesta semana.
Apesar do Senado ter aprovado, com folga, o texto-base da Reforma da Previdência no último dia 1o/X, o Governo sofreu uma derrota no dia seguinte, durante as votações dos destaques da proposta: os senadores votaram contra um trecho da nova lei que restringiria as regras para concessão de abono salarial aos trabalhadores mais pobres.
Com essa e outras medidas, a economia prometida pelos defensores da Previdênssia foi reduzida de R$ 1 trilhão em dez anos para R$ 800 bilhões no mesmo período.
(Essa "economia", ainda assim, irá sair do lombo do trabalhador...)
Poucas horas após a derrota no Senado, Guedes e seus auxiliares no ministério da Economia iniciaram uma desidratação da proposta do "Pacto Federativo" - um conjunto de medidas do governo Bolsonaro para destinar mais recursos aos estados e municípios.
A ordem é clara: cada bilhão retirado da Reforma da Previdência significa um bilhão a menos no "Pacto Federativo"!
Ou seja: Paulo Guedes quer dar o troco nos deputados e senadores.
A proposta de retaliação do ministro Guedes, obviamente, não caiu bem nos ouvidos do presidente Jair Messias: pode fragilizar ainda mais a péssima relação entre o Executivo e o Congresso.
E isso poderá repercutir negativamente em duas votações importantes no Senado: o segundo turno da Previdênssia e a sabatina que poderá confirmar ou negar a indicação de Eduardo Bolsonaro, filho 03 do presidente, ao cargo de embaixador do Brasil nos EUA.
Bolsonaro e Guedes se reuniram nesta quinta-feira 3 para tratar sobre o assunto.
Em tempo: sobre a possibilidade de retaliação por parte do ministro Paulo Guedes, o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga, avisou que "pau que dá em Chico dá em Francisco"...
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