Senado aprova ataque à Previdência em 1º turno
O Senado aprovou no fim da noite desta terça-feira 1, em primeiro turno, o texto-base da Reforma da Previdência.
Foram 56 votos favoráveis e 19 contrários - para ser aprovada, a proposta precisava de pelo menos 49 votos a favor, ou 3/5 dos senadores.
Na sequência, a reforma ainda precisa passar por um segundo turno de votação.
O governo Bolsonaro espera que isso aconteça até 10 de outubro. No entanto, essa segunda etapa pode sofrer atraso, porque alguns senadores argumentam que há um acordo não cumprido e cobram do Governo Federal contrapartidas que ainda não foram efetivadas - é o caso de um acordo sobre divisão de recursos de leilões de petróleo.
Mais cedo, as seis maiores centrais sindicais do Brasil – CUT, CTB, Força Sindical, NCST, UGT e CSB – divulgaram nota pedindo que o Senado suspendesse a tramitação da proposta.
Na nota, os sindicalistas ressaltavam que vêm denunciando a perversidade que as alterações nas regras propostas pelo governo representam.
Dizia trecho do texto:
"As terríveis consequências da reforma para o Brasil e para os trabalhadores e trabalhadoras ficaram ainda mais claras, dizem no documento, depois que os professores da Unicamp divulgaram análise mostrando que os números apresentados pelo governo para justiçar a reforma estão errados e há indícios de falsificação.
(...) Dizem os professores da Unicamp que ‘os cálculos manipulam os dados sem respeitar a legislação e inflam o custo fiscal das aposentadorias atuais para justificar a reforma e exagerar a economia fiscal e o impacto positivo (inexistente) sobre a redução da desigualdade da Nova Previdência’. Ao refazer os cálculos oficiais com o uso das normas vigentes legalmente, os professores da Unicamp demonstram que, para o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), o subsídio para as aposentadorias dos trabalhadores mais pobres diminui, ou seja, resultado absolutamente diferente do que o apresentado pelo governo que diz que o benefício aumenta com a reforma da previdência”, dizem os sindicalistas na nota que ressalta o fato dos professores terem comprovado que as aposentadorias por tempo de contribuição, ao contrário do que diz o governo, geram superávit para o RGPS e têm impacto positivo na redução da desigualdade”.
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