Trump retoma o tarifaço sobre importações de aço brasileiro
"Diplomacia da Vassalagem" deu com os burros n'água! (Originais: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil e Twitter/Devon Sawa)
O Conversa Afiada mostrou no dia 26/XI que a alta record do dólar (a moeda norte-americana chegou a valer R$ 4,2711 na quarta-feira 27/XI), apesar de prejudicar a importação de produtos estrangeiros e o desempenho de setores da economia que dependem de matéria-prima de fora, poderia favorecer grandes exportadores, como o agronegócio e a indústria primária.
Explica-se: com o dólar em alta, o real fica desvalorizado, o que torna os produtos brasileiros mais baratos no mercado exterior.
A alegria durou pouco: na manhã desta segunda-feira, no Twitter, o presidente norte-americano Donald Trump anunciou que irá retomar as tarifas sobre as importações de aço e alumínio do Brasil.
"O Brasil e a Argentina desvalorizaram suas moedas, o que não é benéfico para os nossos produtores. Portanto, a partir de agora, irei restaurar a taxação sobre todo o aço e alumínio que é enviado aos Estados Unidos a partir desses países", disse Trump.
Ele continua: "o Federal Reserve [Banco Central dos EUA] precisa agir para que outros países não tomem vantagem do nosso dólar forte ao desvalorizar suas moedas. Isso torna muito difícil para nossos fazendeiros e manufaturas exportarem seus produtos".
Em agosto de 2018, o governo Trump anunciou uma redução das taxas sobre importação de alumínio e aço do Brasil, Argentina e Coreia do Sul: empresas dos EUA não precisariam mais pagar um imposto de 25% sobre o preço original, caso comprovassem a falta do produto no mercado interno.
Atualmente, as taxas são de 0,9%, para o aço e 2% para o alumínio.
O Brasil é o segundo maior fornecedor de ferro e aço aos EUA: em 2017, o país exportou 4,7 milhões de toneladas de aço para os norte-americanos.
Em tempo: em março de 2018, o Conversa Afiada mostrou que o tarifaço do Trump poderia acabar com o emprego de 300 mil brasileiros.
Em tempo2: em seu Twitter, o ex-candidato à presidência Fernando Haddad mostra que de nada adiantou Bolsonaro puxar o saco do Trump ao longo de todos esses meses: "governo terá a oportunidade de medir os resultados da nova Diplomacia da Vassalagem"!
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