Vendas? Que vendas? Não tem consumidor...
Como a Cegonhóloga enxerga um País com deflação-depressão
Da newsletter do Bradesco aos clientes:
As vendas reais do comércio varejista restrito recuaram 0,1% entre abril e maio, descontados os efeitos sazonais, de acordo com o divulgado hoje pelo IBGE. O resultado ficou abaixo das nossas expectativas e das do mercado, que apontavam para estabilidade e crescimento de 0,3%, respectivamente. Na comparação interanual, as vendas subiram 2,4%, acumulando queda de 3,6% nos últimos doze meses. A receita nominal apresentou desempenho positivo, com ganho de 0,2% ante abril, na série com ajustes sazonais.
As vendas do varejo recuaram na passagem de abril para maio, reforçando nossa expectativa de contração do PIB no segundo trimestre. Para o terceiro trimestre, por ora, os indicadores antecedentes e coincidentes já conhecidos sinalizam que deveremos observar nova queda do PIB. Essa retração, ainda que bastante moderada, está sujeita à substancial revisão, à medida que o trimestre avançar. De fato, os ajustes ainda em curso do mercado de trabalho seguem como importante vetor limitador de uma retomada mais forte da demanda. De todo modo, reconhecemos também que há outros fatores ‒ como a desinflação dos preços de alimentos levando a um ganho real de renda, a melhora da confiança, a queda da taxa de juros, os resgates das contas inativas do FGTS, dentre outros ‒ que deverão favorecer a melhora do consumo, especialmente no curto prazo.