China faz o evento do século: Brasil sumiu
Xi Jinping, Maurício Macri e Vladimir Putin: o evento do século que tirou o B dos BRICS
Uma nova Rota da Seda: esse é o ambicioso projeto do Governo da China.
Na prática, trata-se de uma complexa rede para estabelecer ligações entre a China e boa parte do resto do mundo, por meio de trilionários investimentos em transporte, infraestrutura e intercâmbio cultural.
A Nova Rota da Seda engloba 68 países, os quais são responsáveis por mais de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
Mais de 4,4 bilhões de pessoas vivem nesses países.
Outros números impressionam:
- nos últimos três anos, por ocasião da Nova Rota da Seda, foram firmados contratos de mais de R$ 948 bilhões por empresas chinesas;
- o Governo criou um fundo de R$ 122 bilhões para os planos de concessão;
- a expectativa é de que a China invista cerca de R$ 2,48 trilhões no projeto até 2022.
O plano é grandioso do ponto de vista político e promete trazer, também, uma série de benefícios diretos à população.
Por exemplo: um dos objetivos de Xi Kinping é fortalecer a economia da região oeste do País e fortalecer os mercados da Ásia Central.
Não se pode deixar de destacar, claro, o impressionante avanço da China no aspecto geopolítico - a China, aliás, já é a principal parceira comercial da Alemanha, à frente dos Estados Unidos e da França!
Até 2050, espera-se que a Nova Rota da Seda seja responsável por incríveis 80% do aumento do PIB global!
(E que ela impulsione o avanço de três bilhões de pessoas à classe média!)
O projeto se baseia em cinco áreas-chave:
1 - Intercâmbio cultural - incentivar e promover a cooperação e os laços entre pessoas de diferentes regiões;
2 - Melhorar a coordenação da política monetária e a cooperação financeira bilateral;
3 - Incentivar o comércio e os investimentos, por meio da facilitação das transações entre países e da criação de uma cadeia de cooperação;
4 - Planejamento e apoio a projetos de desenvolvimento de infraestrutura em escala global;
5 - Investir em tecnologias para permitir a conectividade entre toda a Rota da Seda.
É um plano que tem o potencial de elevar os BRICs a um novo patamar.
Os BRICs, não! Os RICs!
No último domingo, 14/V, teve início uma conferência em Pequim com a presença de 28 chefes de Estado.
Entre eles, estavam os presidentes da Rússia, Vladimir Putin; da Argentina, Maurício Macri; e do Chile, Michelle Bachelet.
Mariano Rajoy, primeiro-ministro espanhol, também marcou presença.
E o Brasil?
Ninguém sabe, ninguém viu.
O Conversa Afiada solicita ao Itamaraty, desde o início da manhã desta terça-feira, 16/V, mais informações sobre a participação do Brasil no evento.
Mas não obteve retorno em nenhuma de suas três tentativas - nem por telefone, nem por e-mail.
A verdade é que o Brasil não faz parte dos planos.
Como disse Pepe Escobar em 2016, o Brasil do Golpe é um projeto de "Excepcionalistão", uma doutrina Monroe remixed.
Separar o Brasil dos BRICS ao mesmo tempo em que Rússia e China estreitam os laços e criam condições para que ambos deem um salto gigantesco!
Mas, é exatamente o que se espera de um Governo que fala grosso com a Venezuela e tira os sapatos - e o que mais for necessário - para falar com os EUA.
China, Rússia, Argentina, Chile... Todos fazem parte de um dos maiores projetos da atualidade.
E o Brasil sumiu.
Em tempo: quatro chefes de Estado recusaram o convite de XI: Trump, Merkel, o premier do Japão - mas todos os outros da ASEAN foram -, e Índia, arqui-rival da China (mas, o Paquistão, arqui-rival da Índia compareceu).
Em tempo²: 12 horas depois, o Itamaraty respondeu, por meio de nota oficial, às solicitações do Conversa Afiada:
Convidado para o Fórum, o governo brasileiro se fez representar pelo secretário-especial da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Secretaria-Geral da Presidência da República, Hussein Kalout
Rússia e China fortalecem relações. E o Brasil?