Estadão, aquele da "escolha difícil", descobre que Bolsonaro pensa como Alvim
Editorial do Estadão deste sábado 18/I traz uma descoberta (para o Estadão, claro): Roberto Alvim não foi demitido da secretaria de Cultura por fazer um vídeo de inspiração nazista, mas por não ter sido discreto em suas aspirações.
"Não são rompantes, e perde tempo quem acredita na possibilidade de que, com o tempo, Bolsonaro vá temperar seu comportamento. O assessor que se inspirou em Goebbels para anunciar o 'renascimento da cultura nacional' só foi exonerado porque houve uma grita generalizada diante de tamanho absurdo. Noves fora o plágio nazista, o conteúdo da fala que custou o cargo ao tal secretário é essencialmente o que Bolsonaro já disse e repetiu inúmeras vezes, mesmo antes da eleição. Portanto, ninguém pode se dizer surpreendido, nem mesmo os eleitores mais ingênuos. Bolsonaro é Bolsonaro há muito tempo", diz o Estadão.
O jornal também apontou a total incapacidade de Bolsonaro de governar o país.
"Não se trata apenas de despreparo para o cargo, dificuldade que se poderia amenizar com alguma dedicação aos livros e atenção aos conselhos de quem já viveu a experiência de governar; a esta altura, passado um ano de mandato, já está claro que Bolsonaro desacredita deliberadamente o exercício da Presidência porque não saberia fazer de outra forma e, graças a essa limitação insuperável, convenceu-se de que foi eleito para desmoralizar a política e sua liturgia institucional, algo que ele faz como ninguém. Vista em retrospectiva, a reunião ministerial em que o presidente apareceu de chinelos e camisa (falsificada) de time de futebol logo nos primeiros dias de governo parece hoje, perto do que já vimos, um encontro de estadistas".
Por tudo isso, diz o Estadão, "não causa surpresa o derretimento acelerado da popularidade do presidente Jair Bolsonaro".
É, Estadão... A escolha no segundo turno das eleições de 2018 era mesmo muito difícil, certo?
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