Bolsonaro: Moro tem carta branca, mas não tem
Moro e Bolsonaro em visita a Curitiba, 10/V/2019 (Créditos: Marcos Corrêa/PR)
O Conversa Afiada mostrou, ontem (24/VIII), que a relação entre o Jair Messias e o ministro Sérgio Moro atravessa um momento difícil.
(Eles têm "rugas", não é isso, Conge? Quá, quá, quá!)
"Se não puder ajudar, não atrapalhe!", disse o presidente.
O pivô da crise é o COAF - órgão que, desde janeiro, levanta suspeitas sobre as movimentações bancárias de Flávio Bolsonaro, o filho 01 do Jair Messias. Flávio é suspeito de envolvimento no laranjal de seu ex-assessor Fabrício Queiroz.
Na manhã deste sábado, na já tradicional entrevista coletiva na entrada do Palácio da Alvorada, um jornalista perguntou ao presidente: "Moro ainda tem carta branca?"
"Olha, tem carta branca, e eu tenho poder de veto em qualquer coisa, senão eu não sou presidente. Todos os ministros têm essa ingerência minha e eu fui eleito para mudar. Ponto final", respondeu Bolsonaro.
Ou seja: Moro tem carta branca, mas não tem carta branca.
Talkei?
Em novembro de 2018, ao prometer o ministério da Justiça para Moro, Bolsonaro afirmou que o então Judge Murrow teria ampla liberdade para nomear seus subordinados e conduzir ações de combate à corrupção.
Nesta quinta-feira, 22/VIII, Bolsonaro voltou a defender sua proposta de intervir na Polícia Federal, órgão ligado ao ministério de Moro.
"Se ele resolveu mudar, vai ter que falar comigo. Quem manda sou eu. Deixar bem claro. Eu dou liberdade para os ministros todos. Mas quem manda sou eu", disse Bolsonaro aos jornalistas, ontem.
Em tempo: "quem manda nessa p... sou eu" é um recurso argumentativo frequentemente utilizado pelo Jair Messias.
Em tempo2: a Associação Nacional de Delegados da PF divulgou uma carta em defesa da autonomia da instituição.
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