Desembagrinho usa Pulhocci para ferrar o Haddad
Por Sergio Lirio, na Carta Capital:
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região marcou para a quarta-feira 24, quatro dias antes do segundo turno das eleições presidenciais, o julgamento do recurso do ex-ministro Antonio Palocci, condenado no ano passado por Sergio Moro a 12 anos e dois meses de prisão.
Uma consulta aos processos na corte indica que o recurso foi incluído na pauta de julgamento pelo revisor Leandro Paulsen em 4 de outubro. Palocci foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, acusado de receber propina de contratos de fornecimento de sondas à Petrobras conquistados pela Odebrecht. Moro também estabeleceu uma multa de 1,02 milhão de multas.
O ex-ministro, que assinou com a Polícia Federal um acordo de delação premiada antes recusado pelo Ministério Público, tornou-se um dos personagens centrais das eleições deste ano. Duas semanas antes do primeiro turno, Moro liberou parte das acusações de Palocci contra Lula, Dilma Rousseff e o PT.
O conteúdo da delação, mesmo sem apresentar provas, acabou amplamente divulgado pelos meios de comunicação e pelos demais presidenciáveis. Muitos analistas políticos atribuem à decisão de Moro um efeito negativo sobre a campanha de Fernando Haddad, que experimentava naquele momento uma ascensão nas pesquisas. Coincidência ou não, o adversário do petista no segundo turno, Jair Bolsonaro, ganhou mais eleitores desde então e quase venceu no primeiro turno.
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