Eleição com recall. Esquece o Senado e o STF!
Que tal ela sair e o Temer não governar? O que dirá o povão?
publicado
19/04/2016
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O ansioso blogueiro conversou nessa manhã de terça-feira 19/abril com um respeitado parlamentar legalista, anti-golpista infatigável.
Ele fez uma análise detalhada do que os adversários do Golpe cogitam para dar uma saída à crise.
Por ora, ele não quer ser identificado.
A seguir, uma reprodução não literal da conversa:
- A Dilma perde no Senado. Em todas as etapas.
- E no STF, idem.
- Como, então, evitar que o programa neoliberal radical do Temer seja aplicado?
- Trata-se de um programa para o mercado e para os Estados Unidos.
- Uma ressurreição do programa do Fernando Henrique, que saiu do Governo ejetado pela repulsa popular – o que elegeu o Lula em 2002.
- O programa da Dilma não é muito diferente da Ponte para o Futuro do Temer, convenhamos.
- Nesse momento, por exemplo, o Senado volta em segundo turno o descontingenciamento do dinheiro para a Saúde do pré-sal – como quer a Oposição, que planeja descontingenciar tudo!
- E esse é o problema dela: Dilma esqueceu o que pregou na campanha e as teses que a elegeram.
- É por isso que ela está em crise!
- Vamos falar a verdade, aqui entre nós: essa história de que ela foi eleita por 54 milhões de brasileiros é um bom argumento para se defender dessa tropa de Temeres, Cunhas, Jucás e Padilhas…
- Mas, na verdade, o que está mais próximo da realidade é o que aconteceu na Câmara: 72% os deputados votaram contra ela.
- Muitos deputados não valem o Deus que invocam, mas eles dependem da opinião pública – e, hoje, aqui entre nós, os 54 milhões se dissolveram e a população, em 72% dos casos – ou mais! - está insatisfeita.
- O que a Câmara fez foi mais um recall do que um Golpe!
- A população pode não apoiar um Golpe para aplicar uma suposta Ponte para o Futuro, porque percebe que essa ponte vai ferrá-la, como no passado...
- A população pode rejeitar o Temer mais do que rejeita ela.
- Mas, a população está pelas tampas com ela!
- Qual a saída?
- Uma antecipação da eleição, com recall.
- Só a Dilma pode enviar uma mensagem ao Congresso para propor a convocação de uma nova eleição.
- Enquanto não se realiza a eleição, ela faz um “Gabinete do Regresso”, como no Império.
- E monta um “ministério da capacidades”, de transição até a eleição.
- Um ministério com um programa um pouco menos entreguista e menos neo-liberal que o do Temer.
- Seria um ministério que representasse algo que a maioria do Congresso possa engolir com o compromisso de ela ir embora.
- E evitar um Governo de Al Capones.
- O Senado - segundo a leitura desse interlocutor - poderia estar mais disposto a uma conciliação do que a uma ruptura – que pode ser sangrenta.
- Seria um Governo provisório, congressual, por alguns meses.
- Isso interromperia o procedimento do impeachment, daria uma saída política para peemedebistas mais ajuizados, encantaria a Marina, mais sequiosa de poder que o Serra, e até alguns tucanos poderiam se interessar, na esperança – vã – de eleger o próximo presidente.
- Até porque quero ver um tucano meter a mão na cumbuca do Temer – quero ver!
- Com Temer, Cunha, Jucá, Padilha, Henrique Alves e o ideólogo Moreira Franco… quero ver a tucanada sentar na cadeira de ministro!
- E o mais importante: a ideia de eleição já, ou breve, pode empolgar as ruas!
- Sem Dilma – com eleições!
- O povão vai gostar!
- O PT está todo nessa, menos uns poucos resistentes!
- E o Lula?
- O Lula está fora.
- O Lula blairizou tanto o PT que se desmontou e o PT.
(Uma referência ao trabalhista inglês Toni Blair, que fez tantos acordos para governar com a Casa Grande - inclusive com o Bush, no Iraque -, que descaracterizou o trabalhismo e perdeu a sua própria base pessoal. - PHA)
- Poucas horas antes de ir preso, o José Dirceu me disse: o Lula não será mais candidato a nada!, disse o parlamentar.
- A saída é a Presidenta convocar eleições, governar com um programa menos radical que o do Temer, e deixar o povo decidir.
- E junto votar o recall.
- O direito de o povo, no meio do mandato, destituir os eleitos.
- É uma solução genuinamente democrática: devolver ao povo o poder de escolher seus governantes.
- Dar adeus à brava Presidenta e encaminhar a turma do Temer ao seu destino inexorável: a cadeia!
- E no STF, idem.
- Como, então, evitar que o programa neoliberal radical do Temer seja aplicado?
- Trata-se de um programa para o mercado e para os Estados Unidos.
- Uma ressurreição do programa do Fernando Henrique, que saiu do Governo ejetado pela repulsa popular – o que elegeu o Lula em 2002.
- O programa da Dilma não é muito diferente da Ponte para o Futuro do Temer, convenhamos.
- Nesse momento, por exemplo, o Senado volta em segundo turno o descontingenciamento do dinheiro para a Saúde do pré-sal – como quer a Oposição, que planeja descontingenciar tudo!
- E esse é o problema dela: Dilma esqueceu o que pregou na campanha e as teses que a elegeram.
- É por isso que ela está em crise!
- Vamos falar a verdade, aqui entre nós: essa história de que ela foi eleita por 54 milhões de brasileiros é um bom argumento para se defender dessa tropa de Temeres, Cunhas, Jucás e Padilhas…
- Mas, na verdade, o que está mais próximo da realidade é o que aconteceu na Câmara: 72% os deputados votaram contra ela.
- Muitos deputados não valem o Deus que invocam, mas eles dependem da opinião pública – e, hoje, aqui entre nós, os 54 milhões se dissolveram e a população, em 72% dos casos – ou mais! - está insatisfeita.
- O que a Câmara fez foi mais um recall do que um Golpe!
- A população pode não apoiar um Golpe para aplicar uma suposta Ponte para o Futuro, porque percebe que essa ponte vai ferrá-la, como no passado...
- A população pode rejeitar o Temer mais do que rejeita ela.
- Mas, a população está pelas tampas com ela!
- Qual a saída?
- Uma antecipação da eleição, com recall.
- Só a Dilma pode enviar uma mensagem ao Congresso para propor a convocação de uma nova eleição.
- Enquanto não se realiza a eleição, ela faz um “Gabinete do Regresso”, como no Império.
- E monta um “ministério da capacidades”, de transição até a eleição.
- Um ministério com um programa um pouco menos entreguista e menos neo-liberal que o do Temer.
- Seria um ministério que representasse algo que a maioria do Congresso possa engolir com o compromisso de ela ir embora.
- E evitar um Governo de Al Capones.
- O Senado - segundo a leitura desse interlocutor - poderia estar mais disposto a uma conciliação do que a uma ruptura – que pode ser sangrenta.
- Seria um Governo provisório, congressual, por alguns meses.
- Isso interromperia o procedimento do impeachment, daria uma saída política para peemedebistas mais ajuizados, encantaria a Marina, mais sequiosa de poder que o Serra, e até alguns tucanos poderiam se interessar, na esperança – vã – de eleger o próximo presidente.
- Até porque quero ver um tucano meter a mão na cumbuca do Temer – quero ver!
- Com Temer, Cunha, Jucá, Padilha, Henrique Alves e o ideólogo Moreira Franco… quero ver a tucanada sentar na cadeira de ministro!
- E o mais importante: a ideia de eleição já, ou breve, pode empolgar as ruas!
- Sem Dilma – com eleições!
- O povão vai gostar!
- O PT está todo nessa, menos uns poucos resistentes!
- E o Lula?
- O Lula está fora.
- O Lula blairizou tanto o PT que se desmontou e o PT.
(Uma referência ao trabalhista inglês Toni Blair, que fez tantos acordos para governar com a Casa Grande - inclusive com o Bush, no Iraque -, que descaracterizou o trabalhismo e perdeu a sua própria base pessoal. - PHA)
- Poucas horas antes de ir preso, o José Dirceu me disse: o Lula não será mais candidato a nada!, disse o parlamentar.
- A saída é a Presidenta convocar eleições, governar com um programa menos radical que o do Temer, e deixar o povo decidir.
- E junto votar o recall.
- O direito de o povo, no meio do mandato, destituir os eleitos.
- É uma solução genuinamente democrática: devolver ao povo o poder de escolher seus governantes.
- Dar adeus à brava Presidenta e encaminhar a turma do Temer ao seu destino inexorável: a cadeia!
Paulo Henrique Amorim