Lula quer ser a Fernanda Montenegro do Ciro
Fernanda Montenegro e Vinícius de Oliveira, em Central do Brasil (Divulgação)
O UOL publicou na manhã de hoje 18/X a segunda parte da entrevista do presidente Lula aos jornalistas Flávio Costa e Leonardo Sakamoto.
No primeiro bloco, publicado ontem 17/X, Lula comentou a votação sobre as prisões após condenação em segunda instância no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, um juiz não pode se mover pela pressão da opinião pública.
(Nem o STF deve se curvar à opinião de um general, presume-se...)
No novo segmento da entrevista, Lula trata sobre a relação entre o PT e o PMDB - e, em especial, sobre o papel de Michel Temer no governo Dilma:
"O Temer foi vice da Dilma [em 2010] porque o Temer era o presidente do partido mais importante do ponto de vista da quantidade de pessoas no Congresso. A Dilma foi com o Temer de vice porque a Dilma não era conhecida e precisava de tempo de televisão. (...) Lamentavelmente [nas eleições de 2014] foi mantida a mesma chapa para a desgraça do PT, para a desgraça da Dilma, para a desgraça do país", disse Lula.
O presidente também falou sobre Marta ex-Suplicy, a ex-prefeita de São Paulo que se filiou ao PMDB após 33 anos no PT: "eu tenho uma boa relação com a Marta. (...) Da mesma forma que ela saiu, pode voltar a conversar com o PT. Erundina saiu do PT, depois voltou, depois saiu. O partido político não tem um cadeado na porta, tem compromisso ideológico".
Sobre as eleições de 2018, Lula tratou também sobre a campanha de Guilherme Boulos, do PSOL: "foi muito importante o Boulos ter sido candidato. Ele é jovem, foi candidato, não teve muito voto, não tem problema, colocou a cara dele, já ficou mais conhecido. Se ele for em outra eleição, vai ficar mais conhecido. Até ele ganhar o pedigree político para receber voto, leva um tempo".
E 2022?
Um dos jornalistas pergunta se Lula toparia ser candidato a vice-presidente - como Cristina Kirchner fez na Argentina.
"Estou disposto a não ser candidato a nada na minha vida. Já fui presidente da República. O problema é que essas perguntas, que são bem feitas e que são de boa-fé, muitas vezes serão interpretadas também de forma negativa. Aceito ser cabo eleitoral, a depender das circunstâncias políticas", responde o presidente.
Ao final, Lula tratou também sobre Ciro Gomes.
E sobre Central do Brasil, filme dirigido por Walter Salles em 1998:
"Assisti a um filme chamado 'Central do Brasil'. Você já assistiu? Eu vi a Fernanda Montenegro tentando ajudar aquele menino. E aquele menino era nervoso, rebelde. Não queria ajuda da Fernanda Montenegro, e eu lembrei do Ciro. A Fernanda Montenegro, que escrevia a carta com muito cuidado e com muito carinho, conseguiu convencer o menino, levou o menino até a família e depois foi embora. Eu gostaria que o Ciro permitisse que eu fosse a Fernanda Montenegro dele. Sabe, que eu pudesse contribuir com o compartilhamento da convivência dele com as outras forças políticas."
Leia a íntegra da entrevista no UOL.
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