Mensagens de ex-assessora de Flávio Bolsonaro motivaram operação do MP
Reportagem de Miguel Caballero, Camila Zarur, Bernardo Mello, Juliana Dal Piva, Juliana Castro e Thiago Prado no Globo desta quinta-feira 19/XII mostra que a operação do Ministério Público contra endereços ligados a ex-assessores do senador Flávio Bolsonaro foi motivada pelas mensagens descobertas no celular de Danielle Mendonça, apreendido em janeiro deste ano durante uma investigação contra as milícias da Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Danielle, ex-assessora do gabinete de Flávio Bolsonaro quando ele era deputado estadual no Rio, é também ex-exposa de Adriano Nóbrega miliciano acusado de pertencer ao grupo de extermínio "Escritório do Crime".
Adriano foi, durante meses, um dos suspeitos de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco, em 14/III/2018. Em outubro, um áudio divulgado pelo UOL indicou que Adriano não teria qualquer participação no caso.
Ele está foragido desde o ano passado.
Em uma das mensagens encontradas no celular de Danielle Mendonça, a ex-assessora recebeu de Fabrício Queiroz o contracheque dela própria - segundo o Ministério Público, seria um indício de que ela não comparecia ao gabinete para trabalhar.
Danielle, portanto, seria uma funcionária fantasma.
Em outra mensagem, de janeiro de 2019, ela diz a uma amiga que está "incomodada com a origem desse dinheiro". Em outra conversa no mesmo mês, uma segunda amiga afirma que Danielle pode "ter se enrolado" com o esquema de fantasmas.
Com a publicação das primeiras reportagens sobre as movimentações atípicas de Queiroz, no início deste ano, Danielle foi exonerada.
Não antes, entretanto, de receber um aviso de Fabrício Queiroz:
"Tá havendo problemas. Cuidado com que vai falar no celular".
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