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Moro e Bolsonaro: um se subordina ao outro

Fernandes: ... e Moro acima de todos
publicado 08/11/2018
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O Conversa Afiada reproduz trecho de excelente analise de Maria Cristina Fernandes, no PiG cheiroso:

Moro acima de todos

(...) Parece inevitável que a determinação de Sergio Moro em cumprir sua pauta, ou missão, embuta promessas de conflito com o governo eleito. Projetos tramitam no Congresso com base na palavra empenhada em acordos de líderes, mundo que é desconhecido tanto para o juiz quanto para o economista que foi o emissário de seu convite.

Em premonitória entrevista ao Valor no início da campanha (3/7), Paulo Guedes revelou seus planos de implementar uma cláusula de fidelidade programática no Congresso para passar a reforma da Previdência. Informado que a mercadoria não está disponível nas prateleiras brasilienses, passou a acalentar o sonho do dispositivo-Moro de persuasão parlamentar que casou com a disposição do presidente eleito de ampliar sua base de apoio na sociedade com o destemido convite.

O futuro ministro da Justiça avisou que não contem com ele para perseguição política. Nem precisava. A eleição para as mesas diretoras da Câmara e do Senado exigirá compromissos do governo eleito para a aprovação da reforma da Previdência que se revelarão mais sensíveis do que uma mesa de operações numa tarde de plano econômico. A queda de braço para a escolha do presidente da poderosa Comissão de Constituição e Justiça, por onde passará toda a pauta que Sergio Moro pretende ver aprovada em seis meses, exigirá mais do futuro ministro da Justiça do que suas mais célebres conduções coercitivas.

Na sensível relação entre o presidente eleito e seu superministro da Justiça, o difícil combate ao crime organizado tende a equilibrar forças. Por mais que faça, Moro sempre terá contas a prestar. Ao atender por quase duas horas a imprensa e responder a todas as perguntas, no entanto, demonstrou ter mais habilidade para lidar com as cobranças que o presidente eleito.


Os 57 milhões de votos de Jair Bolsonaro parecem ter decretado a morte do lulismo, mas seu futuro depende do desempenho do coveiro na Justiça. Os poderes de um terminam quando começa a missão do outro.

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