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Moro: transcrição da AGU omite trechos relevantes, mas confirma interferência na PF

Mas ainda faltam contexto e passagens importantes
publicado 14/05/2020
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(Carolina Antunes/PR)

A defesa do ex-ministro Sergio Moro divulgou na noite desta quinta-feira 14/V uma nota  para comentar a transcrição, entregue pela Advocacia Geral da União (AGU) ao Supremo Tribunal Federal (STF), da reunião ministerial de 22/IV. Como mostrou o Conversa Afiada, a AGU confirma que Jair Bolsonaro disse: "já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente e não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar f. minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu nao posso trocar alguém da segurança da ponta de linha que pertence à estrutura. Vai trocar; se não puder trocar, troca o chefe dele; não pode trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira".

O advogado Rodrigo Rios, que defende Moro, divulgou a seguinte resposta:

"Sérgio Moro e seus advogados foram surpreendidos com a petição da AGU, em favor do Presidente da República, no Inquérito junto ao STF. 

A transcrição parcial revela disparidade de armas pois demonstra que a AGU tem acesso ao vídeo, enquanto a defesa não tem. A petição contém transcrições literais de trechos das declarações do Presidente, mas com omissão do contexto e de trechos relevantes para a adequada compreensão, inclusive na parte da 'segurança do RJ', o trecho imediatamente precedente.

De todo modo, mesmo o trecho literal, comparado com os fatos posteriores – demissão do Diretor Geral da PF, troca do Superintendente da PF e exoneração do MJSP – confirma que as referências diziam respeito a PF e não ao GSI. A transcrição parcial que busca apenas reforçar a tese da defesa do Presidente reforça a necessidade urgente de liberação da integralidade do vídeo".