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Por que o PSDB se emporcalha com MT

Doria e Alckmin: um espera o outro se ferrar...
publicado 13/06/2017
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O Conversa Afiada abre para o amigo navegante a íntegra da Rádio Navalha sobre a falta de botes de salvar vidas para os udenistas do PSDB e, na mesma trilha, reproduz trechos de notável análise de Maria Cristina Fernandes, no PiG cheiroso:​

Partido ainda teme poder de fogo do presidente


(...) No momento em que políticos e partidos abrem mão de sugerir rumos é porque já não têm papel na cena eleitoral.

O PSDB não deixa o governo Temer por uma única razão: não tem um nome viável para ganhar no colégio eleitoral e teme a aventura de uma eleição direta. No limite, pode vir a deixar o governo sem pedir a saída de Temer. Já lhe foram apresentadas saídas como uma suspeita resolução que impeça o eleito pelo colégio eleitoral de disputar a eleição de 2018, mas o partido teme que o mais viável dos candidatos indiretos, presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se apegue à cadeira e não queira largá-la em 2018.

O prefeito de São Paulo, João Doria, e o governador do Estado, Geraldo Alckmin, hoje os presidenciáveis mais afoitos do partido, vigiam, na verdade, mais um ao outro do que o presidente. Um espera que o outro dê um passo em falso na direção do "Fora Temer" para se apossar dos despojos do outro. O partido teme o poder de fogo do presidente. Temer não tem poder de fazer o sucessor, mas pode atrapalhar quem se arvore a fazê-lo. Esta é a razão pela qual todos os nomes que já foram cotados para uma eleição indireta recolheram as armas.

A denúncia de que a Abin estaria investigando o ministro Edson Fachin é um aperitivo do poder de fogo da Presidência, mas é na política que o presidente ainda tem capacidade de fazer um grande estrago. As retaliações à JBS e as indicações que o presidente tem no Cade e na CVM são uma demonstração do que ainda tem a oferecer à sua base. O condomínio pemedebista avança sobre as instituições de controle do mercado. Ainda que o grupo tenha que vender ativos, quem venha a comprá-los terá que continuar a pagar pedágio. Em plena era da Lava-Jato.

É assim que Temer garante os 172 votos que manterão seu mandato se o STF, depois de receber a denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vier a pedir licença à Câmara para julgá-lo. Parece pouco. E é. Com a decisão de ontem, o PSDB ajuda a garantir a pechincha.