Quem são os maragatos que protestaram contra Lula
Não conseguem dominar nem uma técnica de 12 mil anos... (Crédito: Romário Almeida, Aciba/VEJA.com)
De Cristóvão Feil, no blog Esquerda Caviar:
Para quem não conhece o Rio Grande do Sul e tinha vergonha de perguntar: os cavalheiros que saudaram Lula em Bagé, na fronteira com o Uruguai, fazem parte do tronco político-familial dos maragatos.
Me explico: no final da monarquia dos Bragança, nos derradeiros anos do século 19, um grupo de latifundiários se revoltou com o republicanismo do então presidente do Rio Grande do Sul, Júlio de Castilhos. Monarquista de uma vida toda, esse grupo adere ao movimento republicano por oportunismo, mas não consegue se adequar à modernização da província sulina, então proposta dos castilhistas (também chamados de chimangos).
Os maragatos eram tão atrasados que sequer eram agricultores (sabendo-se que a agricultura é um avanço técnico-civilizacional que conta com 12 mil anos de existência). Os maragatos eram apenas criadores de gado, porque exige menos risco, menos conhecimento e menos esforço físico. (Trabalhar é ruim, pensam eles.)
Pois foi essa gente que expôs ao Brasil e ao mundo todo o seu edificante verniz sócio-cultural.
A saudação a Lula demonstra o padrão comportamental destes cavalheiros maragatos. O discurso político deles está pautado pelo paradigma moral e existencial expresso na fotografia dos tratores.