Sem confronto, Lula está perdido!
Pergunta ao Dirceu! Rua!
publicado
05/12/2017
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O Conversa Afiada publica importante artigo do tipo - "vai esperar como esperou a Dilma cair?" - de seu exclusivo colUnista Joaquim Xavier:
O cenário de Lula como candidato imbatível é motivo de atenção máxima neste momento. O resultado da última pesquisa convida à justa celebração de todos os que se opõem à quadrilha do Planalto. Ao mesmo tempo, acende um sinal de alerta diante da disposição dos golpistas de fraudar a vontade popular seja de que jeito for.
Em situação mais ou menos normal, seria crível pensar que um governo completamente desmoralizado e rejeitado como este não teria outra coisa a fazer senão já ir arrumando as gavetas para entregar o poder a quem ele pertence: o povo. A contradição entre a vontade nacional e a manutenção da quadrilha de MiShell no Planalto assusta até comentaristas internacionais tarimbados.
Mas a situação não é normal, longe disso.
O Brasil está à mercê de um governo usurpador sem escrúpulos e fantoche dos rentistas nacionais e estrangeiros. O Congresso atual lembra uma casa de messalinas insaciáveis e dispostas a se entregar ao melhor pagador. A base de sustentação da gang Mishelleira é reforçada por uma mídia obediente e um judiciário domesticado. A essa turma de ladravazes e seus porta-vozes pouco importa a rejeição monumental expressa nas pesquisas de opinião.
Fatos não mentem. Ridículo dizer que o país vive uma democracia quando um emissário de multinacionais petrolíferas circula pelo Parlamento e gabinetes palacianos livre, leve e solto para negociar – e conseguir! — uma isenção de mais de um trilhão de reais para rapinar à vontade o petróleo brasileiro.
Também é ingenuidade indesculpável acreditar numa Justissa em que um ministro como Gilmar Mendes pinta e borda, atropela seus pares e distribui habeas corpus de acordo com interesses bem confessos e conveniências de parentesco.
A contaminação é generalizada. Tacla Durán, um ex-advogado da principal empreiteira pilhada em atos de corrupção, vai ao Congresso e acusa amigões de um juiz - Sergio Moro, ele mesmo - de montar um esquema milionário de “delações à la carte”. Exibe documentos, reconstitui situações com datas, mensagens eletrônicas e evidências gritantes. Nada se faz. Os órgãos supostamente encarregados de zelar pela lisura do Judissiário se calam despudoramente.
Como se mais nada faltasse, a Polícia Federal encontra-se privatizada de fato: com seu novo diretor, Senvergóvia, está rebaixada à condição de empresa de segurança particular do ladrão-chefe da República.
Agora, sabe-se ainda que um desembargador em Brasília atua como advogado particular dos saqueadores no planalto. Direto de sua pena saem decisões a jato, ou à la carte, para anular sentenças opostas à quadrilha do PMDB, PSDB, DEM e seus satélites.
A chamada grande mídia, como de praxe, abafa tudo isso. Faz o mesmo diante do escândalo monumental de subornos envolvendo a Rede Globo Overseas e eventos do futebol. O propinoduto internacional já produziu dois cadáveres, há outros tantos por aparecer, mas nada disso vem ao caso.
Vergonha e honestidade são verbetes banidos há muito tempo do dicionário deste pessoal. A roubalheira corre solta, imune à reprovação patente da maioria do povo brasileiro.
Não se trata simplesmente de manifestações de “ódio”, embora ele também exista por parte dos adversários de tudo que se aproxime da vontade popular. São sobretudo manifestações de interesses de classe, direcionados a fazer o Brasil retroagir à condição de Colônia submissa administrada por bucaneiros a soldo do grande capital em crise mundo afora. É briga de cachorro grande.
Governos não caem por gravidade; precisam ser derrubados.
Em democracias razoavelmente estabelecidas, isto pode acontecer pelo voto.
No caso de um ambiente de exceção, como o brasileiro, os instrumentos vão além disso. Honduras é o exemplo mais recente. Para se perpetuar no poder, uma clique usurpadora acaba de manipular as urnas, suspendendo as apurações até ser fabricada uma falsa maioria no papel a favor do títere de plantão.
É em coisa parecida que Temer e seus tonton-macoute disfarçados de “excelências” sonham em transformar o Brasil.
Para tanto nada tem sido racionado. A sentença contra Lula já está encomendada em prazo recorde. Na hipótese de ela não funcionar, o tal semipresidencialismo está no forno. Se isto falhar, as eleições podem ser canceladas. O roteiro está pronto; a ninguém cabe o direito de alegar surpresa ou espanto.
Ignorar a truculência dos golpistas é condenar o país a viver de novo a situação do período Dilma Rousseff, quando a presidenta anestesiava apoiadores alegando que por ser honesta nunca seria liquidada.
Agora, as cantilenas sobre negociação, perdão a golpistas e outras platitudes apenas servem para desmobilizar o povo. Ou se parte para o embate direto, ou o destino da candidatura Lula e de eleições livres será exatamente igual o desfecho do governo Dilma Rousseff.
Os partidos de oposição, as centrais sindicais, os movimentos sociais já desperdiçaram tempo demais brandindo palavras de ordem ao vento sem transformá-las em ferramentas de mobilização popular.
Tampouco vale brincar com chamamentos a uma greve geral que só se torna conhecida no dia de seu cancelamento.
O ex-ministro José Dirceu sugeriu a formação de comitês em defesa da candidatura de Lula. Pode ser um caminho.
Outros certamente estão à mesa, incluindo a resistência localizada às reformas patronais na área do Trabalho e da Previdência.
Sob o signo da unidade pela volta à Democracia e eleições limpas, o indispensável é envolver o povo das ruas, das fábricas, dos bancos, das universidades, das ocupações no campo e na cidade, bem como o contingente de milhões de desempregados que não para de aumentar indiferente às manipulações estatísticas.
Este é o jogo jogado a céu aberto. A cada novo dia, as tropas golpistas esgrimem suas armas, no sentido figurado e literal.
Cabe à oposição mostrar as suas enquanto é tempo. Sem confronto, na política inclusive, o destino já está escrito - e ele não serve aos brasileiros.
Joaquim Xavier
Em situação mais ou menos normal, seria crível pensar que um governo completamente desmoralizado e rejeitado como este não teria outra coisa a fazer senão já ir arrumando as gavetas para entregar o poder a quem ele pertence: o povo. A contradição entre a vontade nacional e a manutenção da quadrilha de MiShell no Planalto assusta até comentaristas internacionais tarimbados.
Mas a situação não é normal, longe disso.
O Brasil está à mercê de um governo usurpador sem escrúpulos e fantoche dos rentistas nacionais e estrangeiros. O Congresso atual lembra uma casa de messalinas insaciáveis e dispostas a se entregar ao melhor pagador. A base de sustentação da gang Mishelleira é reforçada por uma mídia obediente e um judiciário domesticado. A essa turma de ladravazes e seus porta-vozes pouco importa a rejeição monumental expressa nas pesquisas de opinião.
Fatos não mentem. Ridículo dizer que o país vive uma democracia quando um emissário de multinacionais petrolíferas circula pelo Parlamento e gabinetes palacianos livre, leve e solto para negociar – e conseguir! — uma isenção de mais de um trilhão de reais para rapinar à vontade o petróleo brasileiro.
Também é ingenuidade indesculpável acreditar numa Justissa em que um ministro como Gilmar Mendes pinta e borda, atropela seus pares e distribui habeas corpus de acordo com interesses bem confessos e conveniências de parentesco.
A contaminação é generalizada. Tacla Durán, um ex-advogado da principal empreiteira pilhada em atos de corrupção, vai ao Congresso e acusa amigões de um juiz - Sergio Moro, ele mesmo - de montar um esquema milionário de “delações à la carte”. Exibe documentos, reconstitui situações com datas, mensagens eletrônicas e evidências gritantes. Nada se faz. Os órgãos supostamente encarregados de zelar pela lisura do Judissiário se calam despudoramente.
Como se mais nada faltasse, a Polícia Federal encontra-se privatizada de fato: com seu novo diretor, Senvergóvia, está rebaixada à condição de empresa de segurança particular do ladrão-chefe da República.
Agora, sabe-se ainda que um desembargador em Brasília atua como advogado particular dos saqueadores no planalto. Direto de sua pena saem decisões a jato, ou à la carte, para anular sentenças opostas à quadrilha do PMDB, PSDB, DEM e seus satélites.
A chamada grande mídia, como de praxe, abafa tudo isso. Faz o mesmo diante do escândalo monumental de subornos envolvendo a Rede Globo Overseas e eventos do futebol. O propinoduto internacional já produziu dois cadáveres, há outros tantos por aparecer, mas nada disso vem ao caso.
Vergonha e honestidade são verbetes banidos há muito tempo do dicionário deste pessoal. A roubalheira corre solta, imune à reprovação patente da maioria do povo brasileiro.
Não se trata simplesmente de manifestações de “ódio”, embora ele também exista por parte dos adversários de tudo que se aproxime da vontade popular. São sobretudo manifestações de interesses de classe, direcionados a fazer o Brasil retroagir à condição de Colônia submissa administrada por bucaneiros a soldo do grande capital em crise mundo afora. É briga de cachorro grande.
Governos não caem por gravidade; precisam ser derrubados.
Em democracias razoavelmente estabelecidas, isto pode acontecer pelo voto.
No caso de um ambiente de exceção, como o brasileiro, os instrumentos vão além disso. Honduras é o exemplo mais recente. Para se perpetuar no poder, uma clique usurpadora acaba de manipular as urnas, suspendendo as apurações até ser fabricada uma falsa maioria no papel a favor do títere de plantão.
É em coisa parecida que Temer e seus tonton-macoute disfarçados de “excelências” sonham em transformar o Brasil.
Para tanto nada tem sido racionado. A sentença contra Lula já está encomendada em prazo recorde. Na hipótese de ela não funcionar, o tal semipresidencialismo está no forno. Se isto falhar, as eleições podem ser canceladas. O roteiro está pronto; a ninguém cabe o direito de alegar surpresa ou espanto.
Ignorar a truculência dos golpistas é condenar o país a viver de novo a situação do período Dilma Rousseff, quando a presidenta anestesiava apoiadores alegando que por ser honesta nunca seria liquidada.
Agora, as cantilenas sobre negociação, perdão a golpistas e outras platitudes apenas servem para desmobilizar o povo. Ou se parte para o embate direto, ou o destino da candidatura Lula e de eleições livres será exatamente igual o desfecho do governo Dilma Rousseff.
Os partidos de oposição, as centrais sindicais, os movimentos sociais já desperdiçaram tempo demais brandindo palavras de ordem ao vento sem transformá-las em ferramentas de mobilização popular.
Tampouco vale brincar com chamamentos a uma greve geral que só se torna conhecida no dia de seu cancelamento.
O ex-ministro José Dirceu sugeriu a formação de comitês em defesa da candidatura de Lula. Pode ser um caminho.
Outros certamente estão à mesa, incluindo a resistência localizada às reformas patronais na área do Trabalho e da Previdência.
Sob o signo da unidade pela volta à Democracia e eleições limpas, o indispensável é envolver o povo das ruas, das fábricas, dos bancos, das universidades, das ocupações no campo e na cidade, bem como o contingente de milhões de desempregados que não para de aumentar indiferente às manipulações estatísticas.
Este é o jogo jogado a céu aberto. A cada novo dia, as tropas golpistas esgrimem suas armas, no sentido figurado e literal.
Cabe à oposição mostrar as suas enquanto é tempo. Sem confronto, na política inclusive, o destino já está escrito - e ele não serve aos brasileiros.
Joaquim Xavier