Lula pode cantar de galo em energia nuclear. O Brasil deixou de ser "pequenininho"
No programa entrevista Record Atualidade exibido ontem, o embaixador Affonso Arinos de Mello Franco Filho lembrou alguns fatos interessantes.
Por iniciativa do chanceler Affonso Arinos, seu pai, o Brasil fez aprovar na ONU um programa de desnuclearização da America Latina.
Essa iniciativa é a origem do Tratado de Tlatelolco, que desnuclearizou a América Latina.
O presidente Sarney acertou com o presidente Alfonsin da Argentina que o Brasil teria condições de vigiar o programa nuclear da argentina e a Argentina teria condições de vigiar o programa nuclear brasileiro.
A Constituição do Brasil, a de 88, exige que o Congresso aprove qualquer programa nuclear de iniciativa do Presidente da República.
Logo, o presidente Lula pode cantar de galo nessa discussão sobre o programa nuclear do Irã.
Tem autoridade moral.
Além disso, por iniciativa - subalterna, coisa de país "pequenininho" -do Governo FHC/Serra, o Brasil assinou o Tratado de Não-Proliferação das Armas Nucleares.
O Brasil entregou, aí, num pires, para os Estados Unidos, trinta anos de resistência diplomática.
Agora, além disso, os Estados Unidos querem que o Brasil assine um Protocolo adicional ao TNP.
O que daria aos inspetores americanos o direito de vir aqui copiar a tecnologia brasileira de enriquecimento de urânio .
Clique aqui para ler "O New York Times acha que o Irã engabelou o Lula ".
O embaixador Arinos foi contra o Brasil assinar o TNP e mais ainda que o Brasil assine esse protocolo adicional.
Por que ninguém liga uma coisa à outra ?
A posição do Brasil diante da questão nuclear, como extensão de seu interesse nacional, e a questão do Irã ?
Por que não tratam das duas coisas no mesmo plano ?
A quem interessa ?
À turma do "pequenininho".
Paulo Henrique Amorim