Shopping de SP realiza sonho da elite: construir uma Soweto
O Conversa Afiada estudou Sociologia nos livros do Farol de Alexandria, quando ele usava o “método marxista”.
Por isso, considera dispor de bagagem acadêmica para localizar Sowetos na cidade de São Paulo.
Por exemplo, no alagão que imortalizou o Zé Alagão.
Especialmente o do Jardim Romano, onde ele, o Serra, passou cinco minutos.
A partir da observação empírica dos bairros alagados de São Paulo, o Conversa Afiada concluiu que a elite paulista havia realizado uma sowetização dos nordestinos em São Paulo.
Onde eles não votam e onde se alagam.
Clique aqui para ler sobre a “Sowetização dos nordestinos de São Paulo”
Nordestinos esses que são os responsáveis pela baixa qualidade do ensino público de São Paulo – segundo José Serra, numa entrevista ao Chico Pinheiro, da Globo (clique aqui para ver).
E nordestinos com quem, na infância, na Móoca, o Serra mantinha relações que ele definiu como “normais”.
(O que fez o meu amigo mineiro perguntar: o que seriam relações “anormais” ? Pregar uma estrela amarela no peito ?)
Esse processo inexorável de “sowetização” dos pobres atinge agora o seu ponto culminante.
Estadão, página C1 (clique aqui para ler):
“(Shopping de alto luxo) Cidade Jardim vai instalar detector de metais e fazer triagem de veículos.
Medidas foram adotadas após dois assaltos (à Tiffany’s e à Rolex – PHA) e, segundo associação de shoppings, são inéditas no Brasil.”
Provavelmente, só na África do Sul, enquanto o Mandela esteve na cadeia, se fez tal coisa.
(A propósito dos assaltos, vale lembrar a idéia do José Serra de criar um Ministério da Segurança. Por que ele não criou uma Secretaria de Segurança em São Paulo ?)
Os detectores de metais serão do tipo “raquete”.
As revistas e restrições à circulação de carros não atingiriam, portanto, os clientes (claro !).
(A menos que os carros dos ladrões se pareçam com os dos clientes ... Eles são uns jênios.)
Esse shopping center já se notabilizou por passar desodorante na avenida marginal ao rio que passa à sua frente.
Como o rio fede, um dos pontos de venda do Shopping foi prometer uma carga gigante de spray odor vanilla, para que os compradores não sentissem o aroma da incompetência tucana, que há dezesseis anos governa o rio.
(Os tucanos já prometeram desinfectar o rio muitas vezes, levantaram múltiplos empréstimos internacionais, desde os tempos do Sergio Motta, mas o fedor lá está.)
A elite de São Paulo realizou o sonho ciclópico: trancar a cidade na Soweto e viver dentro de um shopping de vanilla.
Como diz o Mino Carta, é a pior elite do mundo.
Paulo Henrique Amorim