Por que a elite de SP não quer o Morumbi ? Para ocupar uma favela
A rádio que troca a notícia, a CBN, oferece em São Paulo um colonista (*) que discute os assuntos da cidade.
Na verdade, ouvi-lo é ter a sensação de que São Paulo é Lucerne, uma aprazível cidade suíça.
Faz parte do universo intelectual do colonismo (*) paulista.
Este notável colonista ofereceu hoje de manhã todos os argumentos para São Paulo repudiar a Copa.
Ele é uma espécie de Glenn Beck, aquele radical de direita de televisão americana, que disse que odeia futebol (soccer), porque é coisa de pobre.
A elite de São Paulo faz isso sem radicalismo.
É tudo muito suave, delicado, como o Fernando Henrique quando fala francês.
Atento à explanação do dito colonista, me assaltou uma idéia: já sei !
Eureka !
Eles não querem o Morumbi, porque seriam obrigados a construir uma linha de metrô.
Com o metrô, se tornaria irreversível a ocupação de uma área gigantesca, vizinha ao aristocrático bairro do Morumbi.
Nessa área gigantesca moram, na maioria, nordestinos, habitante da favela de Paraisópolis.
Um dos planos (nem tão) secretos da elite paulista é esvaziar Paraisópolis, retirar os equipamentos sociais, não levar escolas nem polícia, não abrir meios de acesso.
Enclausurar a favela.
E obrigar a favela sair de lá.
E aí, a elite chama a indústria da construção civil e transforma Paraisópolis num novo paraíso, parecido com o outro lado do bairro, onde mora o Governador: o Morumbi nobre, que fala francês.
Tão simples quando isso.
Com a Copa, tinha metrô e os pobres não sairiam de lá.
Sem a Copa, os pobres vão para o gueto da Zona Leste.
E que lá fiquem !
Paulo Henrique Amorim
(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (***) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.