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FHC odeia Lula e se pendura no pescoço de Serra

O ódio de FHC ao Lula jamais se manifestou de forma tão explícita e exasperada quanto no artigo engordurado que escreveu no Estadão
publicado 02/08/2010
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O Conversa Afiada tinha prometido não tratar mais do Farol de Alexandria: ele derruba a audiência.

Mas, como diria o Barão de Itararé: o problema não é mudar de idéia, mas não ter idéias para mudá-las.

O ódio de FHC ao Lula jamais se manifestou de forma tão explícita e exasperada quanto no artigo engordurado (*) que escreveu no Estadão, na pág. 2 de titulo “Cara ou coroa” ?

(Como o Lula é o “cara”, segundo o presidente dos Estados Unidos, isso quer dizer que o Farol chama a Dilma de “coroa” ?)

O artigo é para extravasar o ódio ao Lula – clique aqui para ler a tabelinha que compara os oito anos do FHC a sete do Lula – é de verter lágrimas de sangue.

O artigo é para dizer que o Lula não presta e o que fez de bom foi ele, o Farol, quem fez.

O centro do argumento é que não tem essa de o Serra dizer que é amiguinho do Lula, não.

O Serra tem que vestir a camisa do governo FHC, porque o FHC é muito diferente do Lula.

Um é a cara, Lula.

E o outro, o coroa, o FHC – é isso ?

Interessante.

Por que o Serra não leva o Farol para o Pavão-Pavãozinho, no Rio, para a Brasília Teimosa, em Recife ?

Por que ele não leva o FHC ao Jardim Romano alagado ?

Não leva o FHC para se encontrar com os professores e policiais de São Paulo, que recebem o salário “PSDB” – o Pior Salário Do Brasil ?

Por que em 2002 o Serra expulsou o FHC do palanque ?

Por que em 2006 o Alkimin vestiu a camisa do Banco do Brasil e da Petrobrás ?

Por que ninguém diz que é FHC desde criancinha ?

Só o PiG (**).

Mas, o “Príncipe dos Sociólogos”, como gosta de dizer o Mino Carta, o Príncipe dos Sociólogos se trai no final, como um tenor cansado que não atinge mais o Dó maior.

Ele diz que o Serra é a Luz.

E o Lula e a Dilma são “o controle policialesco” (sic), com a “ingerência de forças partidário-sindicais” (sic).

E o que mais ?

O Lula e a Dilma são a corrupção deslavada.

SIVAM, Pasta Rosa, Privatização do Daniel Dantas, a compra da re-eleição, o Eduardo Azeredo, o Ricardo Sergio, venda do Banespa, Petrobrax - ou seja, isso tudo é petismo na veia.

Se o Farol soubesse escrever ou tivesse um grama adicional de coragem diria o que está submerso na cabeça dele: a Dilma é o Koba, o Stalin terrorista.

É isso o que ele quer dizer e ficou entalado na garganta dele.

Que o PTB é corrupto, vai instalar uma republica petebo-sindicalista e a Dilma (o Jango) é o Koba.

É exatamente o que o FHC diria no IPES, aquele “Instituto Millenium”, que, em 1963, reunia intelectuais como o “seu Frias” para tramar a queda do Jango.

Para entender um pouco mais como o FHC de hoje diz o que o IPES dizia, leia em notável trabalho de Luiz Claudio Cunha.

O interessante é que nas páginas A12 e A13 Dilma Rousseff dá substanciosa entrevista ao Estadão e mostra que o terrorista, o Koba,  dessa história é outro: é o FHC, que, como o Serra, é Golpista e terá “um fim melancólico”.

Paulo Henrique Amorim

(*) O New York Times contratou FHC, logo que deixou o Governo,  para escrever artigos e vender a jornais do mundo inteiro, que assinavam seu NewsService. Depois de um ano, o NY Times não renovou o contrato. Nenhum jornal comprava os artigos do Farol. Um informante me explicou que a razão é simples: o estilo do Farol é “bloated”: ou seja, tem colesterol. Aqui no Brasil levam ele a sério. O PiG (**).

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.