Lula ao Suplicy: pare de bajular a Globo
A frase foi outra:
“A classe política tem que perder o medo da imprensa, Eduardo”.
Eduardo Suplicy é, provavelmente, dos políticos petistas um exemplo exuberante de como se deve bajular o PiG (*).
Lula falou no evento das “Empresas Mais Admiradas” da Carta Capital, ontem em São Paulo, para o qual este ordinário blogueiro, que não merece a admiração de ninguém, foi convidado e tratado com especial fidalguia.
Antes, Mino já tinha dito que, enquanto o PiG (*) fala em ameaças à liberdade de imprensa, a “verdade factual”, enfatizou o Mino, é que, até agora, os únicos atentados à liberdade de expressão foram as manifestações da imparcial Dra Sandra Cureau contra a Carta Capital, contra este ordinário blogueiro, a TV Record, e a revista Brasil Atual, da CUT.
Lula criticou Fernando Henrique e Serra, sem citá-los.
Sobre o Farol de Alexandria, disse – reproduzo de forma não literal - que a elite brasileira não precisa provar nada.
Quebra o país e depois vai embora, vai dar aula em Harvard.
Ele, Lula, não.
Aprendeu com a Lei da Sobrevivência: tive que provar que existo a cada dia !, ele falou.
E não tem um empresário que possa dizer que ganhou mais dinheiro com o Fernando Henrique do que com ele.
Não tem um líder sindical que possa dizer que ganhou mais com o Fernando Henrique do que com ele.
Assim como fez em 2002 com a aliança com José Alencar, Lula provou que é possível realizar a harmonia entre o capital e o trabalho para fazer o Brasil crescer.
Quantas greves houve ?, Mino, perguntou o Lula.
Você viu alguém queimar carro na rua ?
E os pobres estão comendo mais, vão ao Extra, abrem conta no Itaú, no Bradesco, na Caixa.
Até catador de papel tem conta em banco !
Ele narrou uma conversa com o Ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Com a minha cabeça de socialista, perguntei ao Guido se o Brasil era capitalista.
E por que ?
Porque no Brasil não tinha crédito.
Em 2003 o volume total de crédito no Brasil era de R$ 380 bilhões.
O Brasil era capitalista, mas os bancos não emprestavam.
Hoje, disse Lula, o total de crédito do sistema financeiro é de R$ 1 trilhão e 600 bilhões.
(Foi a única hora em que a plateia de empresários e executivos aplaudiu ...)
(Antes, a plateia iniciou uma vaia ao Mino, quando ele disse: “a verdade factual” é que até hoje nunca se provou que houve uma mesada, ali, depositada todo mês, como se fosse um “mensalão”. A vaia só não se consumou, porque este ordinário blogueiro berrou “bravo, Mino !”)
Só o Banco do Brasil – enfatizou no Lula - hoje empresta mais do que o Brasil todo do Fernando Henrique.
E voltou ao tema da liberdade de imprensa.
Uma revista (da CUT) é proibida de circular porque põe a Dilma na capa.
Enquanto isso, tem uma revista (a Veja, seguramente – PHA) que põe qualquer coisa na capa em forma de “acinte à democracia”.
Todo mundo sabe que nessa discussão sobre a liberdade de imprensa há uma grande hipocrisia – disse Lula pausadamente: hi-po-cri-sia.
E abriu os braços para a plateia empresarial, que ficou sem piscar o olho.
E ninguém diz nada até sair na capa da revista (Veja), continuou o Lula.
Mino, ser sério nesse país é uma afronta !
Aqui é só acusar.
Acusa e não precisa provar nada.
E quando o acusado prova a inocência, não sai uma notinha no jornal.
A classe política tem que perder medo da imprensa, Eduardo.
(Este ordinário blogueiro acredita que o Eduardo e muitos outros políticos – especialmente petistas – não ousariam perder o medo da Globo.)
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.