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Lula ao Suplicy: pare de bajular a Globo

A frase foi outra: “A classe política tem que perder o medo da imprensa, Eduardo”.
publicado 19/10/2010
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A frase foi outra:

“A classe política tem que perder o medo da imprensa, Eduardo”.

Eduardo Suplicy é, provavelmente, dos políticos petistas um exemplo exuberante de como se deve bajular o PiG (*).

Lula falou no evento das “Empresas Mais Admiradas” da Carta Capital, ontem em São Paulo, para o qual este ordinário blogueiro, que não merece a admiração de ninguém, foi convidado e tratado com especial fidalguia.

Antes, Mino já tinha dito que, enquanto o PiG (*) fala em ameaças à liberdade de imprensa, a “verdade factual”, enfatizou o Mino, é que, até agora, os únicos atentados à liberdade de expressão foram as manifestações da imparcial Dra Sandra Cureau contra a Carta Capital, contra este ordinário blogueiro, a TV Record, e a revista Brasil Atual, da CUT.

Lula criticou Fernando Henrique e Serra, sem citá-los.

Sobre o Farol de Alexandria, disse – reproduzo de forma não literal - que a elite brasileira não precisa provar nada.

Quebra o país e depois vai embora, vai dar aula em Harvard.

Ele, Lula, não.

Aprendeu com a Lei da Sobrevivência: tive que provar que existo a cada dia !, ele falou.

E não tem um empresário que possa dizer que ganhou mais dinheiro com o Fernando Henrique do que com ele.

Não tem um líder sindical que possa dizer que ganhou mais com o Fernando Henrique do que com ele.

Assim como fez em 2002 com a aliança com José Alencar, Lula provou que é possível realizar a harmonia entre o capital e o trabalho para fazer o Brasil crescer.

Quantas greves houve ?, Mino, perguntou o Lula.

Você viu alguém queimar carro na rua ?

E os pobres estão comendo mais, vão ao Extra, abrem conta no Itaú, no Bradesco, na Caixa.

Até catador de papel tem conta em banco !

Ele narrou uma conversa com o Ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Com a minha cabeça de socialista, perguntei ao Guido se o Brasil era capitalista.

E por que ?

Porque no Brasil não tinha crédito.

Em 2003 o volume total de crédito no Brasil era de R$ 380 bilhões.

O Brasil era capitalista, mas os bancos não emprestavam.

Hoje, disse Lula, o total de crédito do sistema financeiro é de R$ 1 trilhão e 600 bilhões.

(Foi a única hora em que a plateia de empresários e executivos aplaudiu ...)

(Antes, a plateia iniciou uma vaia ao Mino, quando ele disse: “a verdade factual” é que até hoje nunca se provou que houve uma mesada, ali, depositada todo mês, como se fosse um “mensalão”. A vaia só não se consumou, porque este ordinário blogueiro berrou “bravo, Mino !”)

Só o Banco do Brasil – enfatizou no Lula - hoje empresta mais do que o Brasil todo do Fernando Henrique.

E voltou ao tema da liberdade de imprensa.

Uma revista (da CUT) é proibida de circular porque põe a Dilma na capa.

Enquanto isso, tem uma revista (a Veja, seguramente – PHA) que põe qualquer coisa na capa em forma de “acinte à democracia”.

Todo mundo sabe que nessa discussão sobre a liberdade de imprensa há uma grande hipocrisia – disse Lula pausadamente: hi-po-cri-sia.

E abriu os braços para a plateia empresarial, que ficou sem piscar o olho.

E ninguém diz nada até sair na capa da revista (Veja), continuou o Lula.

Mino, ser sério nesse país é uma afronta !

Aqui é só acusar.

Acusa e não precisa provar nada.

E quando o acusado prova a inocência, não sai uma notinha no jornal.

A classe política tem que perder medo da imprensa, Eduardo.

(Este ordinário blogueiro acredita que o Eduardo e muitos outros políticos – especialmente petistas – não ousariam perder o medo da Globo.)


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.