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Trevisan, Lula e 42 milhões de merendas escolares

Cada cidade tem um contador e uma nutricionista, que fazem parte de um conselho para ficar de olho no prefeito
publicado 25/01/2011
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O Brasil do presidente Lula e da presidenta Dilma distribui 42 milhões de merendas escolares por dia.

São distribuídas a alunos do ensino fundamental até  quinze anos de idade.

Elas custam aproximadamente 50 centavos.

O Governo Federal (do presidente Lula) entrou com 30 centavos e as prefeituras entram com os outros 20.

(O governo do Farol de Alexandria entrava com 10 centavos.)

(A propósito: o amigo navegante conhece alguma obra do Farol que tenha utilizado cimento e tijolo ?)

Quem compra a merenda é a prefeitura.

E aí reside o perigo.

E aí entra o Antoninho Marmo Trevisan.

Ele montou uma grande rede com o apoio do Conselho Federal de Nutricionistas e o Conselho Federal de Contabilidade.

Como o apoio também da Microsoft, que o ajudou a subir o portal www.acaofomezero.org.br

Quem audita as contas são a Price e a KPMG.

Antoninho fez também uma parceria com o Banco do Brasil, que está em 4 mil municípios do Brasil.

Resultado: o Antoninho montou o programa “Ação Fome Zero” em 2 mil 273 municípios do País.

Cada cidade tem um contador e uma nutricionista, que fazem parte de um conselho para ficar de olho no prefeito.

E garantir que o dinheiro da merenda não desapareça.

E garantir o conteúdo nutricional da merenda.

São os monitores da merenda.

Antoninho resolveu criar o prêmio anual "gestor eficiente da merenda escolar" para prefeitos.

Eles contam no portal "histórias gostosas de se contar" - tem que ser experiências que possam ser replicadas em outras cidades.

No primeiro ano, 300 prefeitos se inscreveram.

Ano passado, 1 mil e 300.

Há um efeito de propagação, conta Antoninho.

Se você for ao mapa, verá que um prefeito inscrito induz, no ano seguinte, o prefeito vizinho a concorrer: ninguém quer ficar feio na foto da região.

E o que ganha o prefeito vencedor?

O direito de ir a uma festa e tirar uma foto ao lado do Lula.

Em novembro do ano passado, em Gramado, RS, num congresso anual com 6 mil de contadores, o Lula foi lá assinar um novo convenio e deu um show.

Antoninho observa com aquele sorriso maroto por trás dos bigodes que o PiG (*) espinafrou o lançamento do programa.

Desconfiou que a doação inicial, de R$ 3 milhões da empresa CBMM, fosse sumir em algum bolso.

Antoninho se diverte: os R 3 milhões estão lá, em caixa, devidamente aplicados.

Ele conta que voltou de Gramado para Brasília no avião do Lula.

(Cuidado, Antoninho, o Globo vai querer que você pague a passagem !)

Por um tempo, Lula contemplou o por de sol na Serra Gaucha e disse, "queria que a Marisa estivesse aqui para ver isso".

Depois, chamou o Cesar Alvarez para examinar, página por página, por duas horas seguidas, o plano de inclusão digital através da banda larga.

Entretanto, traçava um galetinho esquálido.

Quando acabou, olhou pela janela: o sol já se tinha posto.

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.