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Chico Otávio desvenda o atentado do Riocentro. Viva o STF ! Viva a PGR !

O brilhante trabalho de Chico Otávio e Alessandra Duarte permitiu identificar 54 nomes que estão na caderneta do terrorista morto
publicado 24/04/2011
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Saiu no Globo, na pág. 3:


“Linha direta com o terror”



“Agenda do sargento do Riocentro revela, após 30 anos, rede de conspiradores do período”


Reportagem de Chico Otávio e Alessandra Duarte mostra que “deixar que a bomba explodisse em seu colo não foi o único erro do sargento Guilherme Pereira do Rosário na noite de 30 de abril de 1981, no Riocentro.”


“O ‘agente Wagner’ do Destacamento de Operações de Informações do Io. Exército (DOI I), principal centro de tortura do regime militar do Rio, também levava no bolso uma pequena agenda telefônica, contendo nomes reais e, não codinome, e respectivos telefones de militares e civis envolvidos com tortura e espionagem.”


A brilhante investigação dos repórteres do Globo permite elucidar, também, o atentado contra Lyda Monteiro, secretária da OAB, no Rio: “não existem duvidas sobre a atuação do sargento”.

O primeiro inquérito do Riocentro – contam Chico Otávio e Alessandra - , realizado em 1981 pelo Exército, foi uma fraude: tentou provar que os dois militares que foram detonar um show de musica popular brasileira - http://pt.wikipedia.org/wiki/Atentado_do_Riocentro -, com milhares de pessoas na platéia, eram “vítimas”.

O autor da patranha, convém lembrar, o “investigador”, foi o coronel Job Lorena de Sant’Anna.

(O Chico Otávio, breve, crê este ansioso blogueiro, falará da participação do Capitão Wilson, que estava ao lado do “agente Wagner” no Puma e escapou da explosão; e do General Otávio Medeiros, Czar do SNI do Governo Figueiredo.)


“O segundo, de 1999, comprovou a culpa dos dois membros do DOI que estavam no carro, além de um oficial (Freddie Perdigão) e um civil (Hilário Corrales), mas ninguém foi levado a julgamento: o Superior Tribunal Militar entendeu que os autores estavam cobertos pela anistia”.


O brilhante trabalho de Chico Otávio e Alessandra Duarte permitiu identificar 54 nomes que estão na caderneta do terrorista morto.

Navalha
O Supremo Tribunal Federal – com a deplorável ajuda do Procurador Geral da República – anistiou a Lei da Anistia – e, por extensão, os terroristas do regime militar, como, in memoriam, o “agente Wagner”.

O notável jurisconsulto Sepúlveda Pertence bem que tentou na Corte de Diretos Humanos da OEA, na Costa Rica, defender o indefensável: a anistia da Lei da Anistia e, por extensão, a anistia aos terroristas - como os cúmplices e chefes do “agente Wagner”.

Pertence foi lamentavelmente derrotado.

E o Supremo e Pertence têm um encontro marcado com a decisão da OEA, que tarda, mas não falha, como previu o emérito professor Fábio Comparato.

É por essas e outras que os projetos dos deputados Fonteles – colocar o Supremo de volta ao seu devido lugar – e Dino – acabar com a vitaliciedade do cargo de Ministro Supremo – tendem a ganhar ímpeto.

Se o PiG (*) se inspirasse no Chico Otávio e deixasse a luz do Sol entrar nos arquivos sinistros do regime militar com mais frequência e igual tenacidade, ajudaria a desmontar a “lógica” do STF e do Procurador Geral da República.

E tornaria uma página negra da Historia da Magistratura brasileira a relatoria de Eros Grau, o ministro do Supremo que passou a mão na cabeça da Lei da Anistia – e, por extensão, nos chefes dos terroristas do Riocentro.

Viva o Brasil !

Por falar em Chico Otávio.

O Grande Ético do PMDB, o deputado Eduardo Cunha, aquele que integraria o Panteão da Ética do PMDB, ao lado de Wellington Moreira Franco, Henrique Alves e Michel Temer, Cunha quer interromper a carreira de Chico Otávio com processos na Justiça.

Porque o Chico Otávio costeou o alambrado de Furnas.

Viva o Brasil II !


Paulo Henrique Amorim



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.