Dias na Carta: colégio Pedro II cassa almirante da ditadura
Na pág. 14 da Carta Capital que chega hoje às bancas, Mauricio Dias presta homenagem ao colégio Pedro II: “O mais tradicional educandário público do País desfaz homenagem a um dos ícones da ditadura” (leia o “em tempo” – PHA)
No dia 19 de abril de 2011, a direção do Pedro II , com a aprovação da Congregação, baniu oficialmente o nome do Almirante Augusto Rademaker que identificava a unidade da Direção-Geral do Pedro II, no bairro de São Cristóvão.
Rademaker conspirou para derrubar o grande presidente (democraticamente eleito) João Goulart.
Foi Ministro da Marinha de Costa e Silva.
Compôs a Junta Militar que sucedeu Costa.
E foi vice de Médici, “o mais violente dos governos militares”, lembra Dias.
“Do ambiente político do Pedro II saíram muitos alunos que aderiram à luta armada e foram torturados ou mortos pelos agentes da repressão política”, segundo Dias.
“Embora não se possa dizer, por falta de provas, que, na ação cruel da repressão política, o almirante Rademaker tenha metido a própria mão na massa, ele certamente se omitiu e, mais do que isso, garantiu a impunidade dos algozes”, conclui Dias.
É de se esperar, agora, com a nobre decisão do Pedro II um estado de “convulsão política”.
Foi o que previu o ex-Supremo Presidente Supremo do Supremo, Gilmar Dantas (*), quando combateu a revisão da Lei da Anistia.
Para ele, então, Supremo dos Supremos Presidentes, o exemplo de países estrangeiros (quais ?) mostrava que rever a Anistia provocaria uma “convulsão”.
É o que se verá no tradicional bairro de São Cristóvão, no Rio, nos próximos dias.
Como diz o Conversa Afiada, se vivo fosse, no Brasil, o almirante Rademaker estaria hoje no shopping com o netinho, a comprar presente do Dia das Mães. Na Argentina, estaria na cadeia.
Em tempo: em respeito ao brilhante original de Dias, esse Conversa Afiada usa a palavra “ditadura” para se referir ao regime militar. O Conversa Afiada considera que, no Brasil, a expressão “ditadura militar” foi desvirtuada na copiosa obra de historialistas.
Paulo Henrique Amorim
(*) Clique aqui para ver como um eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele.