Cerra entrega a rapadura: distrital é da Associação Comercial
O excelente Tijolaço deu uma bela tacada.
O bolotaço.com do Padim Pade Cerra defendeu o voto distrital com os argumentos da Associação Comercial de São Paulo, o capítulo local da vanguarda do atraso.
O líder espiritual da Associação Comercial, como observa o Brizola Neto, é o grande progressista Guilherme Afif Domingues, cujas melhores idéias ele extraiu de um colonista (*) do Globo, também conhecido como Paulo Misguided.
Esse post do bolotaço.com confirma o que se suspeitava.
O voto distrital é sonho de consumo da elite, da Associação Comercial.
O voto distrital contém o espaço político no distrito eleitoral.
Ou seja, o brasileiro mais poderoso passará a ser o diretor do IBGE, que dividirá o Brasil em distritos.
Em São Paulo, por exemplo.
Se o presidente do IBGE fosse o Gesner de Oliveira, aquele que presidiu a Sabesp do Cerra e vendeu esgoto no Acre, se fosse ele, o Distrito de Higienópolis, sozinho, elegeria cem deputados.
O voto em lista única tem esse defeito, como diria o Miguel Arraes: quanto vai custar entrar na lista.
E quanto vai custar a divisão em distritos ?
O voto distrital, além disso, inibe a renovação da classe política, provincianiza a política e o debate das políticas públicas, e facilita concentrar o dinheiro na campanha eleitoral.
Portanto, inibe a representação e anaboliza o poder do dinheiro na eleição.
Do jeito que a Associação Comercial gosta.
Como o Tea Party dos Estados Unidos fez na ultima renovação do Congresso.
Mirou nos distritos onde os candidatos progressistas, democratas, eram mais vulneráveis e derramou um monte de dinheiro.
Os maiores defensores do voto distrital são o Padim Pade Cerra e o Farol de Alexandria.
Eles pregam o voto distrital como um “avanço”, que é como o Farol denomina a capitulação a um formato proveniente da Metrópole.
No fundo do baú, está lá, depositado: conter a democracia de massas com o poder da grana.
Onde o PiG (**) desempenha papel central, é claro.
Essa parecia uma discussão quase acadêmica.
Até que o Cerra fez o favor de abrir a porta da dissimulação: quem quer o voto distrital é a associação comercial.
Ele é um jenio !
Paulo Henrique Amorim
(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.
(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.