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Palocci, quem são os clientes e que serviços você prestou ?

Tony Palocci deu uma daquelas declarações de “tranquilizar o mercado”: ele declarou tudo ao Imposto de Renda.
publicado 16/05/2011
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Tony Palocci deu uma daquelas declarações de “tranquilizar o mercado”: ele declarou tudo ao Imposto de Renda.

“Tudo” são aqueles imóveis do insignificante valor de R$ 6,6 milhões, que ele comprou enquanto deputado federal, depois de sair do Ministério da Fazenda.

Formidável: o Chefe da Casa Civil da Presidência da República confessa que declarou os bens que possui à Receita Federal.

É o que diz ele hoje, na pág. 9 do Globo.

Isso é que ser transparente !

Só ele faz isso na República !

Um herói da Pátria !

Foi assim que o Tony Palocci se defendeu da reportagem “Palocci, a casa (civil) caiu ! Pede pra sair !” que revelou a multiplicação de seu patrimônio em tão pouco tempo.

(Como na história do caseiro, quanto mais o Tony se explicar, mais perto do despenhadeiro ele ficará.)

O que Tony Palocci tem que fazer – se, de fato, quiser respeitar os valores a que se referiu Eduardo Campos, na excelente entrevista ao Valor (Clique aqui para ler “Campos diz que 2014 é Dilma, logo, bye-bye Cerra”) ?

(Valores, ética, transparência, reputação ilibada.)

(Não basta ser honesto: tem que parecer honesto, sabia a mulher de Cesar.)

Palocci tem que dizer quem são seus clientes e que serviço lhes prestou.

Que tipo de assessoria deu ?

Há vários tipos de assessoria que um parlamentar pode dar enquanto exerce o papel de representante do povo.

Zé Cardoso, outro ilustre Ministro, este da Justiça (sic), enquanto representante do povo de São Paulo, eleito pelo PT, defendeu Daniel Dantas junto ao Ministério Público e chegou a ir à Itália negociar com os corifeus de Berlusconi, em nome do passador de bola apanhado no ato de passar bola.

Heráclito Fortes, por exemplo, enquanto líder da Bancada Dantas no Senado, assinou contrato com uma empresa de Dantas para lhe dar “assessoria parlamentar”, segundo investigação realizada, depois que Dantas foi mandado embora da Brasil Telecom.

Pode ser esse tipo de assessoria, não é mesmo, amigo navegante ?

O que talvez explique o fato INACREDITÁVEL de Daniel Dantas ter sido convidado para importante encontro com a Presidenta Dilma Rousseff.

Tony não era um empresário, um “homem de mercado”, quando multiplicou o patrimônio por vinte.

Não podia sair por aí a vender consultoria sem ter que dar satisfação a ninguém.

Ele vendia assessoria porque era um deputado, da Comissão e Finanças e Tributação, ex-Ministro da Fazenda e possível ministro da sucessora de Lula.

Era um representante do povo.

E agora exerce uma função que, segundo o manual, tem que examinar e avaliar TUDO o que chega às mãos da Presidenta da República.

A Casa Civil é a ante-sala do poder, o detector de metais que não deveria deixar passar nenhuma arma letal para a mesa da Presidenta.

Acontece que, segundo relato de um passarinho que pousou na janela deste ansioso blogueiro – clique aqui para ler “Tony quer ser o Golbery da Dilma”–,  o gabinete do Tony no Palácio do Planalto recebe mais empresário do que o do Paulo Skaf na FIE P (*).

Se Tony continuar ele vai ser a Erenice de 2014.

O PiG (**) agora vai pegar leve com Tony.

Tony é “do mercado”.

Salvou a Globo da concordata e, com isso, se tornou o Paul Krugman do jornal Globo.

O PiG vai fingir que não percebeu.

Mas, quando começar, de novo, a campanha presidencial do Cerra, em lugar daquele cano que ia de Sergipe ao Ceará, ele vai pegar o apartamentinho do Palocci nos Jardins e pendurar no pescoço da Dilma.

Palocci é um fardo desde o caseiro.

Agora, se tornou incarregável.

Palocci, vá ser vereador em Ribeirão !

Deixa a Dilma trabalhar !


Paulo Henrique Amorim

(*) Este Conversa Afiada chama a FIESP de FIE P. Sem o “s”. É uma tentativa de identificar o verdadeiro propósito da campanha da FIE P contra a CPMF. Apagar o “S” de “$”.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.