Cerra vive na Marcha do Milhão. Ou será o Kaká ?
Amiga navegante chama a atenção para a recente Marcha do Milhão em São Paulo, que reuniu religiosos de várias denominações para protestar contra o Supremo, que assegurou a liberdade de expressão pela maconha e o direito à união gay.
A amiga navegante chama a atenção para o significado político do evento.
Basta lembrar a plataforma eleitoral que sustentou as campanhas do Padim Pade Cerra e da Bláblárina.
Acreditar que eles se beneficiaram do voto verdista é acreditar em disco voador.
O verdismo é a ideologia do neoliberalismo sobrevivente e irrelevante do ponto de vista eleitoral.
O que impulsionou Cerra e a Bláblárina foi um udenismo anti-petista enraizado na história política do país associado a um movimento subterrâneo que os organizadores da Marcha do Milhão sabem coodificar.
Não se trata, aqui, de analisar o fenômeno religioso do pentecostalismo brasileiro.
Mas, sua face política.
E sua estrutural ligação com um sentimento conservador, com variantes fundamentalistas.
Ele tem peso político que o Cerra e a Bláblárina souberam explorar.
Cerra, então, recorreu ao que Ciro Gomes chamou de calhordice: colar na Dilma o estigma do aborto ilegal (no Chile, pode).
A Igreja Catolica, como se sabe, desde João Paulo II filiou-se à Opus Dei franquista.
O Cerra corre hoje o risco de ser tragado nas batalhas provinciais - na penúria, diria o Deda - do PSDB de São Paulo.
A Bláblárina foi devidamente tragada pelos altos princípios filosóficos dos verdes de São Paulo.
Do ponto de vista da eleição, isso não tem importância.
A Marcha do Milhão vai ser decisiva em 2014.
Com o Luciano Huck.
Ou o Kaká.
Paulo Henrique Amorim