O Conversa Afiada republica post do blog Tijolaço, do Brizola Neto:
Semana passada a gente apontou aqui o oportunismo do Sr. José Serra, que usou um texto do autor do projeto de lei que resultou na atual lei de licitações, o ex-deputado Luís Roberto Ponte, alguém que ele apresenta como “homem de espírito público e conhecedor do assunto”.
Não se pode mesmo duvidar deste conhecimento porque, Serra esqueceu de citar, o sr. Ponte foi presidente da Câmara Brasileira da Construção Civil, órgão que reúne 62 sindicatos e associações patronais do setor da construção. Ou seja, das empreiteiras de obras.
Um dos argumentos de Serra eram os custos astronômicos que as obras atingiam, muito além dos valores orçados.
Hoje, alerta-nos o comentário do Thiago Silva, a Agência Estado publica uma matéria sobre os acréscimos na obra de ampliação da Marginal Tietê, feita em cooperação entre o Governo Serra e a Prefeitura de Kassab. O texto dispensa comentários:
“Apesar de as novas pistas da Marginal do Tietê terem sido abertas há quase um ano e meio, as obras de ampliação continuam consumindo dinheiro dos cofres públicos. Uma nova atualização no valor do convênio firmado entre Prefeitura de São Paulo e governo do Estado colocou mais R$ 200 milhões na obra no fim de junho. O custo da Nova Marginal chega a R$ 1,75 bilhão – 75% acima do estimado no primeiro orçamento, de 2008.
No total, seria possível construir 300 escolas ou 7 hospitais de 200 leitos cada com os R$ 750 milhões extras que já foram gastos com a avenida. O aumento de custos é resultado da inclusão de serviços que não estavam previstos pela Desenvolvimento Rodoviário S. A. (Dersa), empresa responsável pela obra.
A Dersa, para quem não se lembra, tinha como diretor o sr. Paulo Preto, pivô de um escândalo sobre desvio de “recursos não-declarados” para a campanha serrista.