Filho de Ministro do Supremo quer ser ministro do TSE. Depende do Zé Cardozo

Essa é uma dessas histórias que enobrecem a República.

A República e a Justiça !

O Tribunal Superior Eleitoral se compõe de três ministros do Supremo Tribunal Federal; dois do Superior Tribunal  de Justiça; e dois advogados.

Cada um deles tem um juiz substituto.

O Ministro Arnaldo Versiani, que representa os advogados, tem um reputado juiz substituto, Joelson Dias.

Rezam a tradição e a boa prática republicana que sejam automaticamente reconduzidos os advogados que se desincumbem de sua função com probidade e brilho.

Seria o caso, natural, de Joelson Dias.

Tudo corria segundo a prática republicana, até 17 de fevereiro deste ano.

Foi quando o Supremo Tibunal Federal, como exige a Lei, enviou à Presidenta Dilma Rousseff uma lista tríplice para preencher a vaga de Joelson, cujo biênio se encerrou.

Fazem parte da lista Joelson Dias, como reza tradição republicana, Luciana Lossia e ...

(Aqui reside o perigo, amigo navegante ...)

.... e Evandro Pertence.

Nome e sobrenome ilustres.

Nome, o de “Evandro”, como em Evandro Lins e Silva, que honrou o Supremo até ser cassado pelos interventores militares, e de quem Sepúlveda Pertence foi assessor.

Pertence é pai de Evandro.

E pai e filho querem furar a fila – romper com a tradição.

Desde fevereiro, o assunto repousa na mesa da Presidenta.

Ou melhor, na mesa do Zé, o Zé Cardozo – aqui se sabe por que o chamam de Zé, entre os serviçais do passador de bola.

O Ministro da Justiça é quem deve recomendar à Presidenta quem escolher para a vaga que Joelson Dias ocupou com talento e dedicação.

Mas, Pertence, quer dizer, o pai, tem credenciais indiscutíveis.

Ele é advogado de Gilmar Dantas (*), na ação que o ex-Supremo Presidente Supremo do Supremo move contra este ansioso blogueiro (no Crime ele já perdeu, clique aqui para ir à aba “Não me calarão”.)

Sepúlveda Pertence defendeu com raro brilho, de intensidade que ofuscou Ruy em Haia, a Lei que anistia os torturadores do regime militar.

Essa empreitada heróica e gloriosa se deu na Corte da OEA, na Costa Rica, onde Pertence foi fragorosamente derrotado.

Depois, Pertence, pai, presidente de uma suposta Comissão de Ética, não viu nada de anormal na empresa de consultoria do Tony Palocci.

Era tudo tão “normal”  que o Palocci foi embora do Governo sem dizer quem são os fregueses.

Portanto, Evandro Pertence tem muita chance de sentar-se no Tribunal Superior Eleitoral.

E determinar vencedores e derrotados nas eleições.

Vencedores e derrotados são escolhidos pelo povo.

Ele, Evandro, por quem será ?

Viva o Brasil !


Paulo Henrique Amorim

(*) Clique aqui para ver como um eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele.