A “espetacularização”: à moda da PF do Zé
Saiu no Estadão:
A “Operação Alquimia” foi um espetáculo.
A foto da ilha.
O vôo do helicóptero.
A maior operação já feita pela Polícia Federal: trezentos homens em ação.
Trezentas empresas apanhadas com a boca na botija !
Uma evasão fiscal de R$ 1 bilhão.
Sensacional !
Um espetáculo.
Com aquele zumbido do helicóptero do comandante Hamilton ao fundo.
Um píer.
Lanchas.
Jet skies.
E o que é melhor.
Os ricos foram devidamente protegidos.
Trinta e um mandados de prisão.
E nenhum nome.
Nenhuma algema.
Nenhuma foto.
Tudo protegido sob o manto sagrado do “sigilo”.
É uma contribuição da Polícia Federal do Zé – acompanhe por que o chamam de Zé – à Civilização Ocidental.
Um mega-crime sem criminosos.
Sem algemas.
Um espetáculo do jeito que o ex-Presidente Supremo do Supremo e o Ministro Marco Aurélio de Mello gostam: a Constituição (sem algemas) !
Aos poucos, porém, começam os vazamentos.
Como se sabe – e o Bessinha percebeu isso muito bem, ao tratar dos vazamentos na Operação Voucher, na Polícia Federal do Zé ocorrem vazamentos como com os penicos de asilo.
Vazamentos qualificados, bem entendido.
Não é qualquer vazamento.
Vazamento como as reportagens da revista Época (da Globo), com a Operação Satiagraha II.
E nos vazamentos, os nomes surgem aqui e ali nos portais online.
Um nome ali, um acolá.
Nada que a PF ou Receita tenha informado ao distinto público.
Mas, no sussurro, no off, na inconfidência selecionada.
A opinião pública não merece saber quem são os responsáveis pela maior evasão fiscal já localizada no país.
Mas, alguns jornalistas têm acesso ao nome de alguns suspeitos.
Alguns.
É assim que funciona a Republicana Polícia Federal do Zé.
Um espetáculo !
Em tempo: segundo o Estadão, na pág. B5, reportagem de Renée Pereira mostra que “Sócios (apanhados na Operação Alquimia) foram investigados pela Satiagraha”.
Êpa ! Êpa !
Satiagraha ?
Onde foi que o amigo navegante já ouviu falar desse nome ?
Diz ainda a reportagem que “um ano antes ... sócios também fundaram uma mineradora GME4, agora sob o comando do Grupo Opportunity, do empresário Daniel Dantas”.
Êpa ! Êpa !
Paulo Henrique Amorim