Dias na Carta: tucanos unidos contra Cerra
Saiu na imperdível seção Rosa dos Ventos, de Mauricio Dias, na pág. 16 da Carta Capital:
Os movimentos mais recentes dos principais nomes do PSDB, o mais expressivo partido de oposição em termos numéricos e políticos, armam um cenário de isolamento do ex-governador paulista José Serra no ninho tucano.
É possível supor, com base em argumentos consistentes, que o governador paulista Geraldo Alckmin, o senador Aécio Neves e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fizeram um pacto contra as ambições políticas de Serra de se apresentar para a disputa presidencial de 2014, após ser derrotado em 2002, por Lula, e em 2010, por Dilma.
Para isso, a própria presidenta dá, talvez com malícia, oportuna contribuição.
Mauricio Dias é o único jornalista brasileiro empenhado em apurar as denúncias de que houve falcatruas na relação Exército/DNIT.
O PiG (*) e o brindeiro Procurador Geral não parecem empenhados.
Diz o Mauricio, incansável:
Foro de generais I
O promotor militar Soel Arpini vai representar contra Roberto Gurgel, procurador-geral da República, no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
Em abril de 2008, a Procuradoria-Geral da Justiça Militar encaminhou ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, representação do promotor Soel contestando o foro privilegiado oferecido aos generais.
Gurgel engavetou o problema. Arpini pedirá que Gurgel se manifeste num prazo razoável. Ou o promotor invoca o “prazo moral”.
Em caso de crimes militares, a jurisdição é o Superior Tribunal Militar (STM), onde nunca, em tempo algum, houve condenações de oficiais desse calibre.
Foro de generais II
Arpini sustenta que “só a Constituição pode criar foro por prerrogativa de função” e no caso dos oficiais-generais não foi assim.
Isso criou uma situação inusitada que o promotor explica: “Se um general comete um crime militar, ele é processado e julgado pelo STM. Se o crime é federal, o processo corre no primeiro grau da Justiça Federal”.
Não há nenhuma outra autoridade, no sistema jurídico brasileiro, que tenha foro privilegiado em alguns crimes e em outros não.
Bandalha fardada
A versão do Exército sobre falcatruas no Departamento de Engenharia e Construção marcha com o pé trocado.
Ela informa que, em razão de denúncia anônima de 2009, houve uma sindicância que não conseguiu provar responsabilidades. Ainda
assim, o coronel Dias Morales e o major Washington de Paula foram “temporariamente afastados”.
Dias Morales voltou ao trabalho logo depois, porque era um jabuti na forquilha. Como jabuti não sobe em forquilha, alguém o botou lá.
No TCU, os dois estão enterrados até o pescoço.
Essa mesma denúncia anônima resultou em inquérito do Ministério Público Militar com conclusões arrasadoras.
Em razão desse IPM já existem cinco generais dependurados.
Viva o Brasil ( e a Procuradoria Geral da República) !
Em tempo: Cerra tem feito um esforço monumental para aderir: clique aqui para ler “Cerra adere à Dilma na queda dos juros”.
Como se a Presidenta acreditasse ...
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.