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Fundresp: o maior fundo vem aí. Dilma desarma a bomba

Gabas: só seria possivel num Governo do PT
publicado 06/12/2011
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O Entrevista Record Atualidade desta terça-feira (às 22h15, logo depois do programa do Heródoto Barbeiro), o Secretário Executivo do Ministério da Previdência Carlos Eduardo Gabas previu que o Fundresp, o fundo de pensão dos funcionários públicos  se tornará o maior fundo de pensão do país.

Na verdade, serão três fundos de servidores públicos: do Executivo, do Legislativo e do Judiciário.

Só o fundo do Executivo, em quatro anos, previu Gabas, será quatro vezes maior do que a Previ, hoje, o maior fundo país – o dos funcionários do Banco do Brasil.

A votação na Câmara deve ocorrer nesta quarta-feira.

Deve ser aprovado e, depois, vai para o Senado.

Aparentemente, há um acordo de lideres para apressar a votação de forma que o Fundresp comece a funcionar no primeiro semestre do ano que vem.

O Fundresp é a salvação do déficit da Previdência.

Há um milhão de servidores públicos.

A metade recebe salário acima do teto: hoje, R$ 3 mil 700.

Em cinco anos, 40% dos funcionários públicos vão se aposentar.

São 400 mil funcionários públicos que precisarão ser contratados.

Ou seja, para pagar a aposentadoria o Governo Federal não vai poder contratar.

Em 2010, o déficit da Previdência foi de R$ 50 bilhões.

E deve crescer 10% acima da inflação daqui em diante.

É uma bomba relógio.

O Fundresp pode resolver isso.

Dos maiores fundos de pensão do mundo, onze são de servidores públicos, lembrou Gabas.

Com o Fundpresp, o servidor poderá – é opcional – contribuir  mensalmente com 7,5%  do que receber acima do piso de R$ 3 mil 700.

A União entrará com outros 7,5%.

Esse dinheiro irá para um fundo que deverá seguir as regras atuariais correntes: aplicar em títulos públicos, imóveis e ações, com limites.

Esse fundo vai se capitalizar e complementar a aposentadoria do servidor.

Ele vai levar para casa o teto e o que render o fundo.

Só os servidores que forem contratados daqui para a frente se beneficiarão do Fundresp.

Para os atuais servidores, nada muda.

Gabas explicou que, no início, a União vai gastar mais dinheiro com a Previdência do que gasta hoje.

Mas, a partir de 2034, começa a cair significativamente o compromisso da União com a Previdência.

O Governo terá desarmado a bomba.

Isso deve ter um efeito imediato, com redução dos juros: exatamente porque a bomba do estouro do Orçamento foi desarmada.

Gabas lembra que os três Fundresp vão ter dinheiro para o Governo investir em infra-estrutura.

E, muito importante,  lá por 2034 a população brasileira já terá envelhecido e mais aposentados terão que ser sustentados por menos trabalhadores na ativa.

Antes que se materialize esse desastre – como acontece hoje nos países na Europa -, o Brasil terá transferido para o fundo uma parte do pagamento aos servidores.

É uma solução do tipo ganha – ganha.

Todo mundo ganha.

E isso só poderia acontecer num Governo do PT.

Com o PT na oposição, dificilmente o partido se convenceria de que o servidor não será prejudicado.

Na composição dos três fundos, está assegurada a participação dos trabalhadores – e do Governo.

Interessante que os colonistas (*) do neolibelismo (**) não tratem desse assunto.

Eles que se preocupam tanto com o “rombo”, com o “estouro” do Orçamento,  deveriam se preocupar igualmente com a solução do problema.

É o tal negócio: quanto pior melhor.

Paulo Henrique Amorim

(*) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta  costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse  pessoal aí.

(**) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.