Passou no Enem e vai para Harvar. Que horror !
O Conversa Afiada interrompe provisoriamente a cobertura que faz da bomba atômica que caiu no colo do Cerra e do Farol de Alexandria – o livro sobre os “Privatas do Caribe” – para dar essa notícia horrorosa.
Pobres, dos que passam no Enem, esses que insistem em entrar na faculdade, brasileiros assim, que a elite de São Paulo adora, vão poder estudar em Harvar (é assim mesmo, revisor, Harvar).
E, pior ainda, as universidades públicas vão dar curso de imersão e os pobres vão aprender Inglês.
Inglês, amigo navegante, logo Inglês, a língua franca dos neolibelês (*) :
Com Ciência sem Fronteiras, Brasil vai produzir ciência, inovar e absorver tecnologia, diz presidenta
Na cerimônia em que assinou o decreto de regulamentação do Ciência sem Fronteiras, a presidenta Dilma Rousseff disse que o programa vai permitir que os estudantes brasileiros tenham acesso a melhor educação disponível no mundo, o que abrirá caminho para encurtar a diferença que a “história excludente” conduziu o Brasil. Segundo a presidenta, o país precisa adentrar a economia do conhecimento, produzir ciência, inovar e absorver tecnologia.
“O Ciência sem Fronteiras é um dos grandes programas do meu governo, porque cumpre papel essencial de abrir o Brasil para o mundo, de permitir que brasileiros e brasileiras olhem para as diferentes áreas do conhecimento em diferentes países. Nós somos de fato um país muito rico. Mas nós temos certeza que vamos precisar nos próximos anos de homens e mulheres muito bem preparados e capacitados e que tenham condições de permitir que o nosso país adentre a economia do conhecimento, de produzir ciência, inovar e absorver tecnologia”, disse a presidenta.
Ela lançou hoje (13) os editais de seleção para 12,5 mil bolsas de estudo no exterior que beneficiarão estudantes de graduação de universidades públicas e privadas. Eles passarão um ano em instituições de ensino superior dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Itália e França na modalidade “sanduíche”. No total, o Ciência sem Fronteiras vai oferecer, até 2014, 101 mil bolsas para que estudantes e pesquisadores possam aprimorar seus conhecimentos nas melhores universidades do mundo. A iniciativa privada já superou a meta inicial e vai apoiar 26 mil estudantes.
No discurso, a presidenta destacou que o decreto de regulamentação do Ciência sem Fronteiras assinado hoje prevê a criação de um grupo que será responsável pelo monitoramento do programa para zelar, também, pelo acesso dos estudantes de todas as classes de renda.
“Anunciamos que nós iríamos cuidar para garantir aos estudantes que não vêm das classes mais abastadas a mesma oportunidade neste programa, superando a bareira da língua. E isso significa que a universidades federais passarão, a partir de agora e progressivamente, a oferecer cursos de língua no Brasil tanto para aqueles estudantes que atingiram os pontos do Enem e que queiram se preparar para ir ao exterior. Ao mesmo tempo nós vamos garantir curso de língua de imersão para os selecionados de seis a oito meses”, explicou.
Dilma Rousseff também anunciou os 1,5 mil alunos selecionados no primeiro edital que farão cursos de graduação na modalidade “sanduíche” em universidades norte-americanas.
“A partir de agora, começa o Ciência sem Fronteira. O Brasil é um país complexo e que nós precisamos simultaneamente enfrentar nossas dívidas históricas, como a extrema pobreza e a garantia da elevação da competitividade da sociedade e da economia por meio da ciência, tecnologia e inovação”, concluiu.
(*) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.