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A Veja odeia o Brasil, porque o dono é um perdedor

Robert(o) Civita herdou do pai, Vitor Civita, a maior editora da América Latina.
publicado 16/03/2012
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Robert(o) Civita herdou do pai, Vitor Civita, a maior editora da América Latina.

Robert(o) Civita tentou fazer televisão e perdeu.

A TV Abril não deixou vestígio.

Robert(o) Civita tentou fazer tevê a cabo e perdeu.

(Como ele vendeu a TVA à Telefonica, beneficiada na Privataria Tucana, é um capítulo que se esclarecerá na História do PiG (*) e, talvez, do PSDB.)

Robert(o) Civita tentou fazer internet e foi engolido pelo Luizinho Frias, do UOL.

Tudo o que ele tentou fazer além do que recebeu do pai foi um retumbante fracasso.

Como diria ele, que pensa que só ele sabe falar inglês, Robert(o) Civita é o que nos Estados Unidos se diz, de forma devastadora, um “loser”.

Um perdedor.

A editora que herdou do pai é outro retumbante fracasso.

Metade da receita publicitária da Abril se origina na Veja, que, como se sabe – clique aqui para ler " Tiragem da Veja é um grampo sem áudio"  - caminha para o buraco.

Esta informação se obtém do perfil publicado neste fim de semana pelo Valor.

Em que se sabe que Robert(o) se considera um gênio.

Que foi ele, por exemplo, quem fez a Veja.

Como é conhecimento do mundo mineral, quem fez a Veja, quando podia ser lida, foi o Mino Carta.

O Robert(o) lia a Veja na segunda feira, depois de impressa, porque o Mino não deixava ele dar palpite ANTES de a revista rodar.

Ele também diz ao Valor que salvou a Veja, logo no inicio, de um sócio que queria fechá-la, tal o prejuízo.

Quem salvou a Veja, conta o Mino, exaustivamente, foi o pai, Vitor.

Que ele ia ser um físico.

Depois, tornou-se um expoente da redação da Time, em Nova York.

(Do que não se tem notícia …)

Ia fazer carreira no Hemisfério Norte e no Japão, mas o pai o dissuadiu a tocar os negócios com ele.

Foi uma tragédia, ele diz:

“Voltar ao Brasil em 1958 era voltar no tempo … mesmo … mesmo”, lembra-se. “Comparando o Brasil com Hemisfério Norte, com Estados Unidos, Japão, Europa, era como pegar uma espaçonave e viajar no tempo. Aqui era muito mais atrasado. Estou na vanguarda e vou voltar 30 anos !”, teria dito ao pai.

Ele e a Veja continuam a achar isso até hoje.

Mas, os donos do PiG (*) pensam  a mesma coisa.

Os herdeiros como ele: os filhos do Roberto Marinho, que não tem nome próprio, os do “seu” Frias, os Mesquita, que terceirizaram o Estadão.

Para eles, isso aqui é uma mixórdia.

A diferença entre Robert(o) e os outros herdeiros é que os Mesquita, os Frias e os Marinho fazem parte da elite.

Ficam lá em cima, no topo.

Da elite política.

O Robert(o) Civita achou que ia chegar aqui se tornar o rei da cocada preta.

E perdeu.

Ela não entrou na turma.

É um outsider.

Por isso, além de militar no Golpe do PiG (*), ele contém um ressentimento adicional: ele perdeu.

Nos bons tempos antes da internet, o Padim Pade Cerra e o Fernando Henrique davam tres telefonemas e se blindavam: ao “seu” Frias, ao Dr. Roberto (Marinho) e ao Ruy Mesquita.

Não precisava ligar para o Robert(o).

O Robert(o) vinha no bolo.

Tudo o que o Robert(o) queria ser na vida era se transformar no Henry Luce do Brasil.

Henry Luce, o dono do Time e da Fortune.

Luce mandava.

Luce fazia a politica externa americana para a China.

Luce era o pai do Chiang Kai-shek

A mulher do Luce foi ser embaixadora dos Estados Unidos na Itália, para administrar o Plano Marshall e não deixar os comunistas tomarem o poder.

O Murdoch, convenhamos, o Robert(o) jamais imaginou que pudesse ser.

O Robert(o) aos poucos tira o time da família da Editora Abril.

E se encaminha para as ilhas gregas e o negocio da Educação.

Conseguirá, finalmente, vencer ?

A Veja, que se transformou num detrito de maré baixa, não tem conserto.

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.