E se Peluso e o STF absolverem o Dirceu ?
Ufa !, finalmente o decano Celso de Mello e o presidente Ayres Brito – aquele que abriu as janelas do Supremo para o sol entrar, depois de seis anos de sombra – marcaram o julgamento do mensalão para 1º de agosto.
Isso tem muitas vantagens, amigo navegante.
Primeiro, abre espaço para o STF, ainda na gestão de Ayres Britto, validar de forma inequívoca a Satiagraha e devolver Daniel Dantas ao nicho que o aguarda.
Segundo, dá bastante tempo para o resultado do julgamento ter um forte impacto sobre as eleições municipais.
Assim, como este ansioso blogueiro quer ver o STF e o Ministro Peluso condenarem o José Dirceu sem provas, dará tempo para o José Dirceu entrar no horário eleitoral gratuito do Haddad e mandar “cordiais saudações” ao Cerra.
O amigo navegante se lembra de o Cerra, na derrotada campanha de 2010, tentar aplicar um estigma na Dilma: o “estigma” Zé Dirceu.
Ele receberá a menção de volta.
O portador pode ser o Paulo Preto.
É impressionante, amigo navegante, como o PiG (*) comemora a fixação da data para agosto a tempo de pegar a eleição.
O Globo é o mais feliz.
Anteontem, exigiu a fixação da data num editorial.
Hoje, o “Merval Global e o Melhor do Carnaval”, diria o Boni, parece mais feliz do que quando soube que o sucessor do Evandro na TV Globo não seria ele.
Merval se considera um dos vencedores da batalha bem sucedida: STF, vote já !
E conseguiu o que mais desejava: dar tempo de Cezar Peluso votar.
Na suposição de que Cezar Peluso, na véspera de recolher-se à aposentadoria, levará para casa um voto que condene alguém sem provas.
O PiG (*) e o Merval também subestimam o caráter dos ministros do Supremo.
A faca nos dentes funcionou na hora de votar a abertura da investigação – quando, em dúvida, contra o réu - mas não vai funcionar na hora de julgar – quando, em dúvida, a favor do réu.
O ansioso blogueiro se lembra, por exemplo, da relatoria do Ministro Lewandowiski na histórica decisão em que as cotas raciais ganharam de 10 a 0 da Globo e do Ali Kamel.
O ansioso blogueiro tem certeza de que a revisão de Lewandowski no mensalao estará à altura da revisão nas cotas.
Nenhum juiz do Supremo vai condenar sem provas, só porque teme o PiG (*).
O PiG (*) passa – e falta pouco para extermínio – mas a biografia fica nos livros.
O acusador, o brindeiro Gurgel, chegará ao julgamento com a faca no pescoço empunhada pelo Collor: a acusação de prevaricação.
No julgamento, quem mais vai se defender – ao acusar o Dirceu – será o brindeiro Gurgel, ao longo de cinco horas.
Por enquanto, só quem pôs a mão no fogo pelo brindeiro foi a Globo – clique aqui para ver vídeo inacreditável.
Mas, se a mão da Globo decidisse no STF …
A mão da Globo não decide mais nem medição da audiência na tevê.
A acusação do brindeiro Gurgel terá o peso de um chip em Las Vegas.
Os juízes decidirão por si, independente da oratória flamejante do brindeiro Gurgel.
O PiG (*) considera que ganhou a batalha subsequente, que foi impor a “versão Gilmar Dantas” sobre a versão do Nunca Dantes e do Nelson Johnbim sobre aquele encontro.
O PiG (*) acredita piamente que o Nunca Dantes, desprovido de qualquer inteligência, ia pedir ao Gilmar – ao Gilmar !!! - para adiar o julgamento !
(Quando a Catanhêde fará a entrevista-bomba com o Nelson Johnbim ?)
Ledo engano.
A batata do Gilmar Dantas (**) já assou.
E já tinha assado quando o Nunca Dantes foi àquele inútil encontro.
Gilmar não consegue explicar os vôos.
Não consegue explicar aquela frase inesquecível do Demostenes, “o Gilmar mandou subir”.
Gilmar Dantas (**) também estará em julgamento no mensalão.
Ele terá a chance de se livrar da “maldição do Dantas”.
Quem encosta no Dantas degenera.
Não é isso, Padim ?
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) Clique aqui para ver como eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele. E não é que o Noblat insiste em chamar Gilmar Mendes de Gilmar Dantas (**) ? Aí, já não é ato falho: é perseguição, mesmo. Isso dá processo…”