Por que Cachoeira tinha que ir à SP do Cerra
Em 2008, o tucano governador Perillo – o que já era - legalizou o jogo em Goiás e concedeu a exploração de loterias ao amigo do peito da Veja, o Carlinhos Cachoeira.
O Secretário de Segurança, por notável coincidência, Demóstenes Torres, passou a reprimir com implacável tenacidade o jogo ilegal em Goiás.
Especialmente uma mafia espanhola que controlava os caça níqueis.
A Polícia de Goiás parecia a Scotland Yard, sob Demóstenes – nessa breve fase.
Aí, o Supremo considerou o jogo ilegal.
E, numa súbita mudança de política de Segurança, o tucano Governador e o que, depois, seria o Catão do Cerrado passaram a dar cobertura ao jogo ilegal (do amigo do Policarpo, o Carlinhos).
A Polícia de Goiás se tornou uma espécie de segurança privativa das casas de jogos do Carlinhos.
Era impressionante: ele sabia, antes, quando ia haver batida nas casas dele.
Uma coincidência notável !
Aí, chegou a Goiás uma família do Espírito Santo, que queria competir com Carlinhos.
Carlinhos, o amigo do Policarpo, fez um “gran acuerdo” com os forasteiros: eu te cobro pelo direito de explorar em torno de Valparaiso, perto de Brasília, e te cobro pela segurança para operar lá.
Ganhava duas vezes e não brigava.
Um jenio que só a Veja àquela altura podia reconhecer !
O jogo começou a gerar uma receita descomunal.
Era preciso ampliar os negócios.
Ele comprou a Vitapan, no polo de genéricos de Anápolis, em Goiás, criado por iniciativa de Padim Pade Cerra, quando “o era maior ministro da Saúde que esse país já teve”.
A Vitapan limpa o dinheiro do jogo.
É na Vitapan que ele se encontra com o Policarpo, como demonstrou o Ernani de Paula, naquela reportagem da TV Record que melou o mensalão.
O dinheiro jorrava.
Carlinhos resolve ir para o ramo da construção civil.
Onde rola muito dinheiro vivo, sem precisar de banco.
Cria um arco de empresas que servem à construção civil.
Corrompe agentes públicos que contratam obras de construção civil.
Ganha concorrências.
E em 2005 cruza com a Delta em Goiás.
Para corromper, informar-se e ter certeza de que vai ganhar concorrências, ele monta uma rede de arapongas.
Eles tem também a função de construir biografias de amigos e destruir biografias de inimigos.
Investe primeiro na chamada imprensa de Goiás.
E depois dá o pulo Federal: mete a mão na Veja.
A Veja passa a ser seu instrumento principal para detonar governos e fazer negócios.
É claro, como diz o Senador Fernando Collor que a Veja sabia que tratava com o crime organizado, e dele era cúmplice e instrumento.
Jairo e o Dadá, os que montaram os trampos para detonar o PT – na cena da corrupção dos Correios, no hotel Nahoum – passam a trabalhar para a Veja, a mando do Carlinhos.
E para salvar da forca a cabeça do Daniel Dantas, com o grampo sem áudio entre o Gilmar Dantas (*) e o Catão do Cerrado – aquele que disse ao Carlinhos a frase histórica “o Gilmar mandou subir”.
(E o Gilmar Dantas tomou o que chamou de “decisão técnica”.)
Há algum tempo, Carlinhos percebeu que tinha que entrar no negócio de jogos virtuais – o futuro do jogo clandestino.
Foi aí que ele cruzou com o Valdomiro Diniz e a Gtech, que deu início à queda do José Dirceu.
(Queda programada, filmada e a serviço da Veja.)
Para expandir o negócio do jogo na internet, Carlinhos se associa ao argentino Roberto Coppola, que opera no Uruguai, na Inglaterra e em Curaçau.
Nessa operação virtual, além do domínio da tecnologia do futuro dos cassinos, Carlinhos poderia, também, estar de olho nos mecanismos de lavagem de dinheiro.
Ele criou a Brazil Bingo.
Como divulgar a existência de um cassino na internet, a sua Brazil Bingo ?
Por coincidência, o jornal Correio Braziliense fez uma reportagem republicana para detonar a roubalheira dos bingos.
E aparece ali, com todas as letras, pela primeira vez, a Brazil Bingo, devidamente citada, com o respectivo endereço na internet.
Incrível coincidência.
Nasceu ali a Brazil Bingo, o Carlinhos 2.0.
Será o Carlinhos um mestre da Comunicação, uma espécie de Robert(o) Civita que não fala inglês ?
E se ele quisesse mencionar a Brazil Bingo na Veja ?
E se ele desse ao Policarpo as imagens do Dirceu no Hotel Nahoum ?
Seria uma boa troca: eu te dou o Hotel Nahoum e você me divulga a Brazil Bingo.
Não seria um encontro triunfal de coincidências ?
O que é que o Carlinhos queria com o governador (?) Padim Pade Cerra e o brindeiro Gurgel não deixou saber ?
O sócio da Delta em Goiás e dono da Brazil Bingo ?
O que poderia ele querer com São Paulo, essa praça cobiçada ?
Aí, é preciso ir, de novo, à Conceição Lemes e, além de Paulo Preto, tentar desvendar quais são as republicanas atividades de Delson Amadeu Junior e o impoluto Paulo Preto.
Sabe-se que, hoje, Delson tem uma empresa de Consultoria em Sorocaba.
Sem esquecer do Heraldo Puccini, o homem da Delta em São Paulo.
Por que a Delta seria criminosa em Goiás e virtuosa em São Paulo ?
Que milagre teria sido esse ?
E não esquecer do Pagot, que disse à revista IstoÉ que o Cerra ficava com a parte do leão das obras de engenharia em São Paulo.
O Pagot está de corpo inteiro no Robanel dos Tunganos e na marginal (sic) do Cerra e do rio Tietê.
Todo escândalo (que deu chabu) que os tucanos montaram no Distrito Federal foi por causa de 1 contrato da Delta.
Em São Paulo do Cerra do Paulo Preto a Delta assinou 26 contratos.
26 !
Clique aqui para ler “roteiro para Cerra ir à CPI”.
Cabe reproduzir trecho do post do Viomundo, com as perguntas de deputados da Assembleia de São Paulo:
DEPUTADOS PEDEM AO MP QUE APURE INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES
A essa altura algumas perguntas são inevitáveis:
1. Considerando que o senador Demóstenes Torres é sócio oculto da Delta e apoiou José Serra em 2010, será que dinheiro da Nova Marginal do Tietê irrigou a campanha do tucano à presidência?
2. Entre os R$ 4 milhões que teriam sido arrecadados por Paulo Preto e não entregues ao PSDB, haveria alguma contribuição da Delta?
3. Paulo Preto ou Delson Amador teve algum contato direto com Cachoeira?
Na sexta-feira 27, parlamentares paulistas protocolaram representação no Ministério Público Estadual de São Paulo (MPE-SP) para que investigue indícios de irregularidades, ilegalidades e improbidades nos contratos formalizados pela Dersa com empresas e consórcios, entre os quais o Consórcio Nova Tietê, capitaneado pela Delta.
(…)
Até quando Cerra será inimputável ?
Com que diploma ele pretende se candidatar a presidente ?
Não é à toa que os mervais pigais querem fechar a CPI.
Paulo Henrique Amorim
(*) Clique aqui para ver como eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele. E não é que o Noblat insiste em chamar Gilmar Mendes de Gilmar Dantas ? Aí, já não é ato falho: é perseguição, mesmo. Isso dá processo…”