Chuíça (*) faz Memorial ao Golpe
Saiu no Estadão:
Luto e alerta marcam homenagem às vítimas do voo da TAM
Ato celebrou memória das 199 vítimas do acidente em Congonhas; familiares apontam praça como ‘endereço de alerta para a falta de segurança aérea’
Adriana Ferraz - O Estado de S.Paulo
A inauguração da Praça Memorial 17 de Julho, uma homenagem às 199 vítimas da explosão do Airbus A-320 da TAM, ocorrida há cinco anos, foi marcada pela emoção. Assim como no dia do acidente, uma terça-feira, fazia frio e chovia na região do Aeroporto de Congonhas, zona sul de São Paulo. Às 18h50, o som de um clarinete tocado pela Polícia Militar ecoou por um minuto, em referência ao momento em que o avião se chocou com o prédio de cargas da própria companhia e explodiu. Foi também quando a tempestade se intensificou no local.
Com o devido respeito ao sentimento das famílias dos mortos, esse ansioso blogueiro se permite fazer algumas considerações sobre a inauguração deste Memorial.
Lembra, por exemplo, que na rua Tutóia, onde funcionava o DOI-CODI do Coronel Ustra, não há nenhum Memorial.
Que onde havia o Carandiru não há nenhum Memorial pelas vítimas do Massacre do Carandiru.
Que na Chuíça não há uma única rua com o nome de “Presidente Vargas”, mas uma Avenida Nove de Julho para celebrar a fracassada Guerra da Secessão de 1932.
Por que um Memorial aos mortos da TAM ?
E não da Gol ?
Ou de qualquer outro desastre aéreo ?
Ou um Memorial pelos Mortos no Massacre de civis pelos policiais que resolveram se vingar da ocupação de São Paulo pelo PCC ?
Por que este Memorial ?
Porque esta era a tragédia que ia derrubar o Lula, no Golpe do “Caosaéreo”.
Foi quando o PiG (**), a partir do jornal nacional, insuflou a sociedade para demonstrar que o Lula era o culpado das 199 mortes em Congonhas – o Lula é que não tinha puxado o freio do Airbus A-320.
Foi ali que nasceu o “Cansei”.
Que as catanhêdes – uma especialista em “Ar”- , urubólogas e o Ali Kamel inventaram a teoria da moedinha: que na hora do desastre chovia tanto, mas tanto, que seria capaz de alagar uma moedinha de um Real.
Logo, a culpa era do Lula.
Clique aqui para ler sobre como a tragédia da TAM foi escolhida para derrubar o Lula, com a ajuda inescapável do Padim Pade Cerra.
Aí também o amigo navegante lerá análise da professora Marliena Chauí sobre o sórdido papel do PiG (**).
Irretocável.
Depois, esclarecidos os fatos numa CPI liderada pelo atual presidente da Câmara, Marco Maia, o Golpe guardou a metralhadora no armário.
Restou esse inexplicável Memorial.
Nem o movimento “Cansei” sobreviveu.
À cerimônia desta terça-feira faltaram as catanhedes, as urubólogas e um certo repórter da Globo que pôs em prática a teoria da moedinha.
Como diz o Mino, no Brasil, os jornalistas são piores que os patrões.
Pauo Henrique Amorim
(*) Chuíça é o que o PiG de São Paulo quer que o resto do Brasil ache que São Paulo é: dinâmico como a economia Chinesa e com um IDH da Suíça.
(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.