Moore e Stone. WikiLeaks e os Juízes censores do Brasil
Saiu no New York Times:
WikiLeaks and Free Speech
By MICHAEL MOORE and OLIVER STONE
WE have spent our careers as filmmakers making the case that the news media in the United States often fail to inform Americans about the uglier actions of our own government.
We therefore have been deeply grateful for the accomplishments of WikiLeaks, and applaud Ecuador’s decision to grant diplomatic asylum to its founder, Julian Assange, who is now living in the Ecuadorean Embassy in London.
Ecuador has acted in accordance with important principles of international human rights. Indeed, nothing could demonstrate the appropriateness of Ecuador’s action more than the British government’s threat to violate a sacrosanct principle of diplomatic relations and invade the embassy to arrest Mr. Assange.
Since WikiLeaks’ founding, it has revealed the “Collateral Murder” footage that shows the seemingly indiscriminate killing of Baghdad civilians by a United States Apache attack helicopter; further fine-grained detail about the true face of the Iraq and Afghanistan wars; United States collusion with Yemen’s dictatorship to conceal our responsibility for bombing strikes there; the Obama administration’s pressure on other nations not to prosecute Bush-era officials for torture; and much more.
(…)
O WikiLeaks e a liberdade de expressão
Passsamos boa parte de nossoas carreiras como diretores de cinema a reclamar que a imprensa americana (aqui chamada de PiG (*) - PHA) não informa os americanos sobre as sujeiras do nosso Governo.
Por isso, estamos muito agradecidos ao que o WikiLeaks realizou e aplaudimos a decisão do Equador de garantir asilo ao seu fundador, Julian Assange, que hoje mora na Embaixada o Equador em Londres.
O Equador agiu de acordo com importantes principios internacionais dos direitos humanos (aqui desrespeitados pelo Supremo Tribunal Federal, que anistiou a Lei da Anistia – PHA). Nada demonstra melhor que o Equador agiu apropriadamente do que a ameaça do Governo Britânico de violar um sacrossanto principio de relacoes diplomaticas, e invadir a Embaixada para prender o Sr Assange.
Desde a fundação do WikiLeaks foi possível assistir à indiscriminada matança de civis em Bagdá por um helicóptero Apache americano; foi possível discernir a verdadeira face das guerras do Iraque e do Afeganistão; o conluio dos Estados Unidos com a ditadura do Yemen para esconder os bombardeios que fizemos lá; a pressão do Governo Obama sobre outros países para não processar torturadores da era Bush; e muito mais.
Ao Brasil, o WikiLeaks prestou relevantes serviços.
Mostrou que o então Ministro da Defesa, Nelson Johnbim visitava o embaixador americano para espinafrar a política externa do Governo a que servia.
E passar informação sigilosa sobre um câncer do Evo Morales.
O mesmo fazia o Consultor Antonio Palocci, que se ofereceu ao embaixador americano para defender a ALCA, ainda que fosse ministro de um Governo que combatia a ALCA.
E a mais notável das revelações: o Padim Pade Cerra, candidato a presidente, prometeu entregar o pré-sal à Chevron e desfazer a politica de Lula
O WikiLeaks também revelou que colonistas (**) de segunda extração do PiG (*) iam ao embaixador americano fazer previsões (furadas, todas) sobre as eleições presidenciais.
Se a CIA levar esses colonistas (**) a sério, vai levar 100 anos para entender o Brasil.
Em tempo: extraído da lista dos artigos mais lidos do New York Times, este post é uma singela homenagem aos Juízes brasileiros que se prestam ao papel de censores. Usam a mordaça escondida entre as páginas do Código Civil. Esquecem-se da frase de Ayres Britto, num encontro com o Barão de Itararé: “a liberdade de expressão é a máxima expressão da liberdade !” No Brasil, o Assange teria sido processado 17 vezes pelo Daniel Dantas !
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (*) que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.